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Audiência pública na ALPB debate riscos do cigarro eletrônico
02/06/2022 / 12:42
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A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, na manhã desta quinta-feira (2), uma audiência pública com especialistas para discutir os riscos do cigarro eletrônico e o aumento no consumo por parte dos jovens.

Segundos dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o consumo de cigarro tradicional está em queda livre no Brasil. Atualmente, 12,6% da população do país ainda é fumante – há 30 anos, esse percentual era de 34,8%. Na contramão dessa queda, o consumo do cigarro eletrônico vem crescendo, principalmente entre os jovens.

De acordo com o pneumologista Sebastião Costa, é preciso investir em informação específica para os jovens, para que eles entendam os prejuízos que o cigarro eletrônico pode provocar à saúde.

“Com investimentos de R$ 12 milhões de dólares, ficou muito fácil para a indústria tabageira chegar nesses jovens. Há uma facilidade de compra desses cigarros eletrônicos e isso é preocupante. Até por delivery se consegue adquirir. Então, precisamos colocar em prática alguns mecanismos que dificultem essa compra”, defendeu.

O especialista afirmou, também, que esse tipo de cigarro tem ainda as nitrosaminas, que estão entre as mais potentes substâncias cancerígenas. “Na boca do fumante que aderiu ao cigarro eletrônico, pode surgir cancro, gengivites e alterações no sistema mucociliar, que vão favorecer a tosse e a secreção das bronquites. Monóxido de carbono e alcatrão são outras substâncias nocivas inseridas no vapor inalado pelos usuários”.

Audiência pública debate aumento do consumo de cigarro eletrônico pelos jovens – Foto: ALPB

Uso do cigarro eletrônico na Paraíba

O projeto de Lei 3.619/2022, de autoria do deputado Taciano Diniz e aprovada pela Casa, na última terça-feira (31), tem a finalidade de restringir o uso do cigarro eletrônico em locais coletivos público e privado no estado da Paraíba.

“Tenho plenas convicção de que, com todas as iniciativas que estão sendo debatidas hoje, conseguiremos abortar essas ações que incentivam o tabagismo eletrônico”, comentou Alexandre Araruna, presidente da Sociedade Paraibana de Pneumologia e Tisiologia,.

“Precisamos do total apoio das autoridades competentes, fiscalizadores e reguladores das leis no nosso estado, como Ministério Público, Procons e órgãos de vigilância sanitária para conscientizar os jovens e adultos sobre os perigos do cigarro eletrônico. Precisamos quebrar o mito criado pela indústria de que o cigarro eletrônico foi criado para tratar aqueles que fazem uso do cigarro de papel, quando, na verdade, ele é ainda mais prejudicial à saúde”, afirmou o deputado Taciano Diniz, que propôs a audiência.

A iniciativa contou com as presenças do presidente do CRM-PB, João Modesto; de Enedina Claudino, membro da diretoria da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; do diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro; Sebastião Costa, membro da Câmara de Pneumologia e presidente do Comitê de Tabagismo; da coordenadora de Doenças e Agravo não transmissível da Secretaria do Estado da Saúde, Gerlane Carvalho; da segunda vice-presidente do CRM-PB, Débora Cavalcanti; e do deputado Jeová Campos; além de representantes da Casa e da saúde do estado.