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Entenda por que Ômicron pode indicar que a pandemia de Covid-19 está no fim
15/01/2022 / 19:01
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Depois de dois anos de pandemia de Covid-19, é possível ver uma luz no fim do túnel, apesar da disseminação da variante Ômicron, que fez o mundo bater recorde de pessoas infectadas. Essa é a opinião de dois especialistas brasileiros.

Pedro Hallal, infectologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), se diz um “otimista moderado”. Para ele, a variante Ômicron, comprovadamente mais contagiante, mas menos agressiva, pode representar o primeiro passo para que a Covid-19 passe de um estado pandêmico (isto é, em níveis descontrolados mundialmente) para endêmico.

Um dos motivos é que as características da nova cepa mostram que sua onda no Brasil deve ser curta. “Já observamos isso na África do Sul e começamos a ver na Europa e nos EUA. A Ômicron é muito rápida na transmissão, mas assim como sobe rápido o gráfico de número de casos, ele tende a descer rápido”, explica Hallal.

Nova variante, nova onda
A situação atual é de uma nova onda, com aumento de casos porque a Ômicron tem uma capacidade de transmissão muito maior do que a de todas as cepas anteriores, segundo a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcolmo. Ela destaca que, graças à vacinação, os casos são menos graves.

“No Brasil, possivelmente chegaremos perto de um milhão de casos por dia, com uma letalidade baixa. São muitos casos, a maioria muito benignos, mas que transmitem muito. Isso causa, em última análise, uma pressão sobre o sistema de saúde e, mais do que isso, causa um absenteísmo enorme ao trabalho. Hoje nós temos serviços essenciais sendo prejudicados pela ausência de pessoas”, diz Dalcolmo.

A variante chega ao país com uma população amplamente vacinada, incluindo a dose de reforço. Até o dia 13 de janeiro, 68% dos brasileiros já haviam completado o primeiro ciclo de vacinação. Estudos já mostraram a eficácia dos imunizantes contra a nova cepa quando uma terceira dose é aplicada, aumentando significativamente os níveis de proteção – em especial, evitando casos graves e mortes.

“Quem está internado em hospital basicamente são casos de não vacinados, ou que só tomaram uma única dose por qualquer razão, ou pacientes muito idosos, ou com infecção por influenza A, ou com comorbidades muito graves, que já complicariam qualquer coisa. Essa é a situação atual”, explica a pneumologista.

As próximas semanas serão preocupantes no país devido ao afastamento dos profissionais de saúde que estiverem doentes, principalmente em emergências e enfermarias de hospitais e serviços essenciais. Mas isso deve passar rápido. “Não deve durar muito porque a doença tende a ser curta. A maior parte das pessoas fica bem, pode voltar ao trabalho, a uma vida social normal, com os cuidados que recomendamos”, afirma Dalcolmo.

Hallal diz acreditar em uma melhora da pandemia. “É possível imaginar, neste momento, que a Ômicron seja o começo do fim da pandemia. Com todos os cuidados, claro. Depois que a nova onda passar, em lugares com muita vacinação é provável que iremos lidar com a Covid como mais uma doença”, disse à Forbes.

Dalcolmo também considera que após a segunda dose de reforço, a Covid-19 deve começar a perder força. “Minha impressão é que nós, que tomamos o primeiro reforço, deveremos receber um segundo reforço, ou seja uma quarta dose de vacina, e aí provavelmente ela deve ir diminuindo ao longo dos próximos meses, ao longo do ano de 2022.”

Informações: Forbes