Desde a quarta-feira (25) até esta terça-feira (31), já foram registrado 93 óbitos e mais de 25 desaparecidos em meio ao casos decorrentes das chuvas, deslizamentos de barreiras e alagamentos no Grande Recife. O número de pessoas desabrigadas chega a 6.170.
Segundo equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, ainda há risco de novos deslizamentos e soterramentos. Além de bombeiros militares de Pernambuco, as operações de buscas contam com bombeiros de outros estados brasileiros, como Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.
Também participam policiais militares, guardas municipais e funcionários da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), assim como militares do Exército, profissionais da Marinha e policiais civis.
Especialistas ouvidos pelo g1 PE consideram este como o maior desastre registrado no estado no século XXI. “Pode até superar as mortes de 1975”, destaca o geógrafo e professor do departamento de Ciências Geográficas e do programa de Pós-Graduação da UFPE, Osvaldo Girão, se referindo à cheia histórica por qual passou a capital pernambucana.
A histórica cheia motivou 107 mortes e teve todos os serviços paralisados, quando mais da metade da cidade ficou sem energia elétrica. “Depois de 1975, essa é a maior tragédia daqui”, reforça o historiador Leonardo Dantas, que era repórter na época.
Em 1975, o Recife estava com 80% do território habitado alagado. Foram cinco dias de prejuízos – com os hospitais funcionando à luz de velas e o transporte pelos bairros sendo improvisado em botes e barcos. Foi em uma quinta-feira (17 de julho), quando uma cheia passou devastando os principais bairros da cidade. O Rio Capibaribe transbordou e 25 municípios banhados por ele foram atingidos, segundo a Fundação Joaquim Nabuco.
A principal diferença em relação a 1975, contudo, está na causa da morte das vítimas. É o que explica o geógrafo e professor Osvaldo Girão.
“Em 1975, muita gente morreu por problemas cardíacos, por contaminação de água e principalmente por afogamento. Agora, temos metade ou mais só por movimento de massa. A morte está relacionada com os morros e encostas”, explica.