O Rio Grande do Sul confirmou neste domingo (12) o terceiro caso de varíola dos macacos no Brasil, após os dois registros iniciais em São Paulo. O paciente é um homem de 51 anos que chegou ao país por Porto Alegre após viagem a Portugal. O caso estava em monitoramento desde o dia 27 de maio.
Em ao menos 30 países onde a doença não é endêmica, já são mais de 1.400 pessoas diagnosticadas, segundo a plataforma de dados da Universidade John Hopkins, Our World in Data.
O avanço da infecção causa temor pela possibilidade de uma nova pandemia dentro de uma pandemia. Especialistas ouvidos pelo jornal O Globo, no entanto, explicam que a realidade não parece ser essa. Isso porque a transmissibilidade da varíola dos macacos é muito menor que a do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, além de ter registros de letalidade mais baixa
Para o infectologista Plinio Trabasso, diretor clínico do Hospital das Clínicas da Unicamp e também professor da universidade, não há motivo para pânico, já que o contágio pela doença não é fácil como o da Covid-19, por exemplo. “O risco de contaminação no Brasil não é elevado no momento”, diz.
Em outra ocasião, a líder técnica para varíola do Programa de Emergências em Saúde da organização já havia afirmado ser improvável que o vírus provoque uma pandemia.
No caso da varíola dos macacos, a OMS ressalta que o contágio entre pessoas é raro e acontece principalmente por contato com as lesões causadas na pele, como bolhas, e fluidos corporais. A via respiratória também é uma meio de entrada para o vírus, porém sendo necessário um contato próximo e prolongado para isso, causa da menor disseminação. As formas, portanto, englobam o contato íntimo, com uma série de registros sendo associados a estabelecimentos destinados a encontros para o sexo. Por isso, a OMS alerta para que pessoas com muitos parceiros sexuais estejam atentas aos sintomas.
“Nesse momento, as pessoas que têm alguma lesão que possa ser da monkeypox devem procurar o atendimento médico para avaliação e realização de exames. A lesão parece uma bolha, que pode começar sozinha no início, mas se espalha pelo corpo. Ela pode ser eventualmente confundida com herpes ou início de catapora, então é importante que a pessoa procure o atendimento para o diagnóstico. Nesse caso, será definida a necessidade do isolamento ou não, que no caso da varíola dos macacos deve durar até a lesão não ter mais as casquinhas”, explica a infectologista e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
F5 Online com informações de O Globo