A edição mais recente do relatório anual The Future of Jobs, divulgada em 1º de maio pelo Fórum Econômico Mundial, é categórica: nos próximos cinco anos, o aumento da digitalização deve causar uma rotatividade significativa no mercado de trabalho. Mas, segundo a organização, não há motivos para preocupação.
É que, diferentemente do que previram os filmes de ficção, a expectativa dos empregadores é de que as novas tecnologias contribuam positivamente para a criação de empregos – ainda que a automação represente, sim, um risco para determinadas funções – até 2027.
“Espera-se que a inteligência artificial, um dos principais impulsionadores do possível deslocamento algorítmico, seja adotada por quase 75% das empresas pesquisadas e que leve a uma alta rotatividade, sendo que 50% das organizações esperam que ela gere crescimento de empregos e 25% esperam que ela gere perda de empregos”, diz o documento.
Dentre os 673 milhões postos de trabalho analisados pela pesquisa, a estimativa é de que 83 milhões sejam eliminados, enquanto outros 69 milhões devem ser criados. Mas vale destacar que, para que consigam conquistar uma dessas novas vagas, os trabalhadores precisarão eliminar a lacuna entre suas habilidades atuais e as necessidades futuras dos negócios.
“Seis em cada dez trabalhadores precisarão de treinamento antes de 2027, mas apenas metade dos funcionários têm acesso a oportunidades de treinamento adequadas atualmente […] Por exemplo, embora haja um crescimento contínuo de empregos verdes nos últimos quatro anos, conforme indicado por uma pesquisa adicional realizada pelo LinkedIn para o relatório deste ano, a requalificação e o aprimoramento de habilidades verdes não estão acompanhando esse ritmo”, alerta o documento.
Não à toa, a pesquisa indica que treinamentos sobre inteligência artificial e big data devem ser priorizado por quase metade (42%) das empresas nos próximos cinco anos, atrás apenas do “pensamento analítico (48%) e do “pensamento criativo” (43%).
“A capacitação tecnológica, especificamente em IA e big data, se tornará mais importante e as estratégias de habilidades das empresas se concentrarão nisso nos próximos cinco anos”, destaca o documento.
Considerando seu potencial para criação de vagas entre 2023 e 2027, o Fórum Econômico Mundial listou 50 profissões emergentes para os próximos anos. “Espera-se que o emprego de analistas e cientistas de dados, especialistas em big data, especialistas em aprendizado de máquina de IA e profissionais de segurança cibernética cresça, em média, 30% até 2027”, diz o relatório.
Veja as primeiras colocadas na lista de profissões emergentes do Fórum Econômico Mundial:
O relatório também apontou 50 profissões em declínio – e com maiores chances de serem extintas devido à automação nos próximos cinco anos.
Veja as principais:
Da Revista Exame