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Setor de eventos, um dos mais afetados pela pandemia, se programa para o retorno, mas quando ele virá é incerto
30/08/2021 / 10:38
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São Paulo 30/8/2021 – Todos receberam treinamento intensivo sobre os novos protocolos sanitários

A retomada segura dos serviços e estabelecimentos, em São Paulo, está ocorrendo. Dentre os setores mais impactados com os fechamentos e restrições, está o de eventos, que recebeu a liberação de retomada no último dia 17, desde que não gerem aglomerações e sigam os protocolos de higiene, distanciamento social e uso de máscara.

O setor de eventos, um dos mais afetados pela pandemia, se programa para o retorno, mas quando ele virá é incerto
Após quase um ano e meio de pandemia, vem ocorrendo a retomada segura dos serviços e estabelecimentos, em São Paulo. Dentre os setores mais impactados com os fechamentos e restrições, está o de eventos, que recebeu a liberação de retomada no último dia 17, desde que não gerem aglomerações e sigam os protocolos de higiene, distanciamento social e uso de máscara.

Porém, será que os eventos voltarão a fazer parte do nosso cotidiano tão brevemente? De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), em parceria com a Ambev, as pessoas estão sentindo falta de eventos e a sensação de risco que elas possuíam tem caído. A intenção de ir a eventos subiu e bateu recorde desde o começo da pandemia, sendo que essa adesão maior é para cinemas e teatros (78%), seguida de feiras e exposições (73%) e palestras e congressos (69%). Mas essa intencionalidade pode não ser termômetro para o que de fato vem ocorrendo.

Para Afonso Nigro, cantor, ator, produtor musical e empresário – dono da Nigro Entretenimento, a previsão não é otimista. “O impacto foi destruidor. Em março de 2020 tínhamos 58 eventos fechados, 90% foram adiados e entregamos só 3 ou 4 desses. Acredito que neste final de ano e começo do primeiro semestre de 2022 eu vou apenas entregar esses eventos que já estavam fechados no começo da pandemia. Não consigo vender nada novo. De 15 a 20% foram cancelados, principalmente os corporativos e lançamentos de produtos. Alguns fizeram lives, que não dão o mesmo resultado. Foi devastador para o setor”, conta.

Mirian Contrera, CEO / fundadora da Ãnimã Publicidade e Eventos, é categórica na resposta: “Estamos fechados ainda!”. Ela conta que está pronta para honrar os contratos que já firmou para este ano, mas não acredita que eles de fato vão acontecer. “A reabertura não significa que voltamos a trabalhar prontamente. Eventos que estavam programados ainda para este ano foram prorrogados ou transformados em híbridos ou online. O universo de eventos, pelo menos no Brasil, não estava preparado para isso e estamos todos sofrendo. Aprendendo a força. Se pedir a minha opinião, lhe direi que não acredito que aconteçam este ano, pelo menos não no formato 100%, seja pela montagem ou pela visitação, pois ninguém quer se expor ao vírus”, sinaliza.

Para Nigro, o público também não será o mesmo tão cedo. “Alguns casamentos que eram para terem sido entregues dois anos atrás eram para 1000, 800 pessoas, em hotéis de luxo. Viraram para 50, 80 pessoas, em sítios privados. Eu acredito que esse ano não vão voltar e conforme todos sejam vacinados, em março/abril de 2022 comece a andar devagar e só no segundo semestre a todo vapor”, completa.

Mais segurança para a retomada total – O uso de máscara segue sendo a principal medida de segurança citada pelos entrevistados na pesquisa da Abrape como uma das medidas que fariam com que elas sentissem mais segurança para ir aos eventos. Mas foram citadas também a entrada apenas de pessoas testadas ou vacinadas, redução da capacidade máxima de pessoas, teste rápido na entrada, controle do fluxo de pessoas, entrada e saída escalonadas, distribuição de álcool em gel, rotina frequente de limpeza do ambiente e higienização de todos os produtos à venda.

A higiene não só das mãos, mas de objetos e ambientes são essenciais para o combate à pandemia da Covid-19, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Nossos profissionais de limpeza e desinfecção são protagonistas nesse momento tão delicado em que a higienização é uma das ferramentas para evitar a proliferação do vírus. Todos receberam treinamento intensivo sobre os novos protocolos sanitários”, afirma Renato Alves, CEO da RS Serviços, empresa especializada em terceirização de serviços em diferentes segmentos, incluindo limpeza e higienização no combate à Covid-19, que revisou seus processos para o momento atual e acrescentou serviços e tecnologias em sua carteira.

Cenário brasileiro – Na última sexta-feira (20) foi anunciada a liberação da reserva especial das linhas de crédito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) direcionada exclusivamente para empresas do setor de eventos de cultura e entretenimento atendidas no âmbito da Lei 14.148/21, que criou o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos – PERSE. O montante previsto é de R$ 5 bilhões, considerado essencial para a sobrevivência do segmento.

De acordo com a Abrape, desde o início da pandemia, 335.435 empregos formais, compostos por por operadores turísticos e agências de viagem, aluguel e montagem de estruturas para eventos, hospedagem, segurança privada e serviços gerais e de limpeza foram extintos só no setor de eventos. O número passa de 450 mil se entrarem no cálculo os trabalhadores indiretos. Cerca de seis milhões de brasileiros podem ser beneficiados pelo PERSE. Este é o número aproximado de trabalhadores envolvidos no hub setorial da cadeia no país, que abrange 52 ramos de negócios em aproximadamente 640 mil empresas e 2,2 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs), como, por exemplo, eletricistas, técnicos de som e luz, entre outros.

Porém, a aprovação e liberação desses dispositivos levou algum tempo, já que estamos no segundo ano de pandemia. Para Nigro, a ajuda demorou. “Vai dar um respiro agora, mas chegou tarde, em um momento que as coisas já estão voltando aos poucos”.

“O crédito é importante, sem dúvidas, mas seria necessário uma série de outras medidas, como ouvir os empresários do setor”, Finaliza Miriam.

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