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4 dicas de empreendedorismo para Pessoas com Deficiência
01/09/2022 / 15:48
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O empreendedorismo para pessoas com deficiência é um assunto em pauta no momento, tendo em vista que o Brasil possui cerca de 45 milhões de pessoas que possuem algum tipo de deficiência.

Esses dados mostrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concluem que cerca de 23% da população do país possui impedimentos que podem ser físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais.

A lei número 10.048 prioriza o atendimento a pessoas com deficiência e tem como objetivo facilitar o dia a dia desses indivíduos. 

Um deles é fazer com que as empresas se adaptem a eles, tanto para atendê-los como consumidores quanto para contratá-los como colaboradores.

É dever das organizações adaptar seus negócios para receber o público, e isso acaba trazendo diferencial competitivo. Isso porque a sociedade enxerga com bons olhos as companhias que se preocupam com essas pessoas.

Elas possuem necessidades e precisam ser ouvidas e atendidas em muitos sentidos, e um deles é a capacidade de tornar o empreendedorismo mais acessível para os portadores de deficiência.

Neste artigo, compreenda o conceito de empreendedorismo inclusivo, como as pessoas com deficiência podem se adaptar a ele e a importância desse tipo de empreendedorismo.

O que é empreendedorismo inclusivo?

O empreendedorismo inclusivo diz respeito à realização de ações que apoiam empresas de negócios a desenvolverem modelos inclusivos. As ações, por sua vez, precisam ser voltadas para apoiar projetos de microempreendedores de baixa renda.

Eles ajudam a ampliar o acesso ao conhecimento, mercados, redes e facilitam o crédito para empreendedores portadores de deficiência. Isso porque empreender precisa ser visto como fonte de renda definitiva.

Uma clínica de estética para tratamentos diversos surge já com a intenção de crescer e expandir suas atividades, mas essa visão costuma não atingir os microempreendedores de modo geral.

Isso acontece porque existe uma cultura em que muitas pessoas começam a trabalhar por conta própria como algo provisório, e essa linha de raciocínio impede que elas invistam em seu próprio negócio.

Uma das formas de combater a desigualdade é promover o acesso à renda, e o empreendedorismo se coloca como algo que está acima de questões, como:

  • Escolaridade;
  • Idade;
  • Gênero;
  • Localização.

Isso significa que qualquer pessoa pode empreender, inclusive as portadoras de deficiência, mas primeiro elas precisam se adaptar a esse universo.

Como se adaptar ao mundo do empreendedorismo

As pessoas com deficiência podem se adaptar ao mundo do empreendedorismo de diversas maneiras. 

Ao abrir um negócio, existem algumas práticas que o empreendedor precisa investir, são elas:

  1. Cuidar da comunicação

Portadores de deficiência enfrentam diferentes tipos de problemas, inclusive na hora de se comunicar, isso acontece porque muitas propagandas e sites na internet não são adaptados para pessoas com problemas visuais.

Assim como os espaços físicos, o canal de vendas de uma empresa de serviços técnicos precisa permitir que as pessoas percebam, entendam, naveguem, interajam e contribuam com a internet.

Os atendentes também costumam se desesperar na hora de prestar atendimento a esse público, como no caso dos deficientes auditivos.

Mas, saber se comunicar com esse público é tão importante quanto preparar as instalações físicas do negócio, por isso, o empreendedor com deficiência pode melhorar o estabelecimento para atender pessoas na mesma situação.

  1. Melhorar o atendimento

A melhor forma de atender uma pessoa com deficiência é perguntar diretamente para ela como ela prefere ser atendida, além disso, respeite sua autonomia para que todos se sintam confortáveis e seguros.

Por exemplo, ao atender um cliente cego, é muito importante ser objetivo ao explicar as direções e oferecer o braço ou o ombro para ajudá-lo.

  1. Ser acessível

A Acessibilidade, de acordo com a ONU é possibilitar que que a pessoa com deficiência seja independente e possa participar ativamente e de maneira plena da sociedade.

Para que seu estabelecimento seja acessível, uma loja de móveis para salas planejadas pode seguir o termo de Acessibilidade disponibilizado pela ABNT NBR 9050:2004.

Ela traz um conjunto de normas que ajudam a reformar e adaptar estabelecimentos comerciais, de modo a garantir o alcance, entendimento e percepção, de maneira segura em todos os espaços do local.

Saber adequar a infraestrutura do ambiente é fundamental para receber pessoas com deficiência, por isso, evite degraus e garanta um bom espaço de circulação entre mesas e cadeiras.

Outro ponto importante é estar atento à sinalização, barras de apoio e acessórios em sanitários, e se o empreendedor tiver alguma dúvida, pode utilizar a cartilha do Sebrae com uma série de dicas e orientações.

  1. Treinar a equipe

Outra coisa muito importante é treinar os vendedores, atendentes e outros colaboradores que terão contato direto com os portadores de deficiência.

As produtoras podem contar com a ajuda de consultorias especializadas, de modo a estabelecer padrões que sejam capazes de atender a necessidades especiais.

Todos os funcionários precisam compreender os direitos e características dos consumidores, como autorizar a entrada de cães-guias que auxiliam os deficientes visuais, além de não distrair o animal com brincadeiras ou carinhos.

O treinamento da equipe de atendimento precisa ser totalmente focado em desenvolver habilidades, empatia e colaboração.

Empreendedorismo para pessoas com deficiência

Devido à inovação constante no desenvolvimento de produtos e serviços, o empreendedorismo está se destacando cada vez mais no Brasil.

As micro e pequenas empresas, em particular, representam cerca de um quarto do PIB brasileiro, portanto, são negócios de grande representatividade no país.

Além de serem importantes para a economia, elas também representam cerca de 44% dos empregos formais gerados pelo setor de serviços e cerca de 70% das vagas preenchidas no setor de comércio.

Isso quer dizer que uma escola de cursos de trabalho em altura de pequeno porte, assim como outros negócios menores, colabora muito com questões emblemáticas para a inclusão de pessoas com deficiência, como no caso do trabalho.

Existem cerca de 24% de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, por isso, cada vez mais desenvolvem-se políticas públicas de inclusão laboral, como no caso das cotas, direcionadas a organizações com 100 ou mais colaboradores.

Da mesma forma, 5% das vagas em concursos públicos também são voltadas para as cotas, assim como investimentos em cursos técnicos e de capacitação, que se ampliam constantemente para atender uma grande demanda.

O propósito é reduzir barreiras físicas, comunicacionais e atitudinais que costumam estar presentes no ensino. Fazendo uma análise com mais critério, o que se conclui é que as políticas públicas não contemplam a variedade que existe hoje no mercado.

É muito importante que as empresas, como as especializadas em um sistema de monitoramento, possam adotar medidas que ampliem o leque de opções e com isso melhorem os índices de trabalho e renda.

É importante ter em mente que as pessoas com deficiência representam 0,73% dos vínculos empregatícios formais que existem no país.

As pequenas empresas têm importância notória na economia nacional e estimulá-las a contratar pessoas com deficiência se torna um mecanismo importante para melhorar os resultados que as políticas atuais já conquistaram.

Inclusive, é muito importante incentivar o empreendedorismo como opção para os deficientes, tendo em vista que empreender é uma ferramenta eficiente para gerar renda e aumentar o acesso ao mercado de trabalho.

Assim como essas pessoas podem tirar carteira de caminhão e ter acesso a outras possibilidades, incentivar o empreendedorismo entre elas também é uma forma de fazer com que antigos paradigmas da inclusão laboral possam ser derrubados.

Mas, mesmo diante das grandes dificuldades encontradas por essas pessoas para conquistar seu espaço, o empreendedorismo entre elas ainda é um tema pouco debatido.

Como resultado, poucas conseguem encontrar na atividade de empreender uma solução viável para suas vidas profissionais.

Entretanto, esse estímulo consegue alinhar propostas inovadoras e promover a superação, além de trazer benefícios psicológicos importantes, uma vez que a empresa se torna uma extensão do empreendedor.

O fato é que existe um grande potencial socioeconômico que favorece tanto as pessoas com deficiência quanto a própria economia do país.

Para abrir uma confecção de camisetas listradas ou qualquer outro tipo de empreendimento, embora existam algumas dificuldades, também traz oportunidades e uma visão de futuro muito melhor.

Empreender é sinônimo de conquistar autonomia e direito de escolha para essa parcela da população, e a própria sociedade tem muito a ganhar com isso.

São indivíduos que poderão ser protagonistas na sociedade e contribuir ativamente para o desenvolvimento de suas famílias e até mesmo do país.

Considerações finais

Portanto, as pessoas com deficiência também são consumidores, profissionais e têm a capacidade de empreender em diferentes modelos de negócios.

Fornecer essa abertura e incentivá-las é muito importante para que possam atuar de maneira efetiva e totalmente autônoma em suas vidas e na própria sociedade, oferecendo soluções benéficas para o mercado.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.