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5 capas de disco icônicas do Brasil
24/05/2023 / 18:00
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Trajetória da MPB é marcada por capas ousadas e criativas

A publicidade é a alma do negócio! Com toda certeza, você já ouviu essa frase por aí! Na música, a publicidade começa pela capa do disco. É isso que muitos artistas e gravadoras perceberam em meados do século XX ao entender que capas contendo ideias, fotografias, cores e tinta sublimática faria toda a diferença para uma capa impressa. 

Dessa forma, a música popular brasileira criou uma tradição de design e confecção única em capas de álbum. Desde os tempos dos LPs até os dias de hoje em que artistas continuam produzindo capas (mesmo que digitais) para seus EPs ou singles lançados. 

Fizemos uma lista com 5 capas de disco icônicas do Brasil para você se inspirar, confira abaixo:

Tropicália ou Panis et Circencis (1968) 

A trupe que contava com nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Rita Lee e que criou o movimento tropicalista se eternizou com a capa de “Tropicália”. O trabalho foi feito com base na fotografia de Oliver Perroy e o design de Rubens Gerchman. 

A fotografia foi tirada na casa do fotógrafo em São Paulo e fez uma alusão à capa de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” dos Beatles. As cores e estética usadas remetem à brasilidade em suas diversas vertentes, o que fica explícito na mistura de cores e elementos da foto.  

Secos e Molhados (1973)

Não há como fazer uma lista de capas de disco icônicas da música brasileira sem citar a capa de “Secos e Molhados”, banda capitaneada por Ney Matogrosso. Em uma época de repressão, a capa do disco de estreia do grupo traz uma ideia ousada e única. Na capa, os integrantes da banda têm suas cabeças servidas de bandeja em uma mesa. 

Pérola Negra (1973) 

A capa de “Pérola Negra”, disco de estreia de Luiz Melodia, traz diversos elementos que remetem às raízes étnicas e culturais do cantor. A montagem da arte de capa foi feita pelo fotógrafo e artista plástico Rubens Maia. Em princípio, a ideia era simples, mas bastante ousada. Na capa, Luiz Melodia aparece em uma banheira no centro, envolto por grãos de feijão, dando a ideia de que ele é uma “pérola negra”. 

Nervos de Aço (1973)

O álbum “Nervos de Aço” é um dos principais trabalhos da carreira de Paulinho da Viola. A capa foi criada pelo designer Elifas Andreato, que criou capas para grandes nomes da música popular brasileira como Chico Buarque, Martinho da Vila e Vinicius de Moraes. 

Para expressar todo o sentimento da canção que dá nome ao disco, Elifas traz uma dramaticidade ao colocar a figura de Paulinho da Viola aos prantos sob luar segurando flores em uma das mãos. Além da música, a capa de “Nervos de Aço” se tornou símbolo contra a ditadura militar pela qual passava o Brasil na época. 

Alucinação (1976) 

A capa de “Alucinação” é tão icônica que até Belchior, artista que gravou o álbum, é lembrado pela capa desse disco. Em seu segundo álbum de estúdio, Belchior contou com a fotografia e produção do fotógrafo Januário Garcia, também conhecido por produzir capas para outros artistas brasileiros como Tim Maia, Chico Buarque e Leci Brandão. 

A ideia da capa foi do produtor musical Marco Mazzola. Assim, a capa foi feita com base em um retrato de Belchior sendo personificado como um revolucionário. Januário conseguiu eternizar um momento em que o cantor está cantando de olhos fechados, com a veia do pescoço saltando e dando um grito contido. 

O vermelho ou “cor de sangue” traz um tom de dramaticidade para a capa, como se a tinta fosse espalhada por toda a foto, dando um contraste maior a figura de Belchior.

Estas são apenas algumas de milhares de capas de disco icônicas da música brasileira. Com criatividade e inovação, as capas de álbuns seguem importantes até hoje, agora com uma nova roupagem e com o advento da tecnologia, mas sempre partindo de ideias e composições feitas em parcerias com fotógrafos e artistas gráficos de excelência.