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5 tendências do setor de aplicativos de transporte
03/01/2023 / 07:50
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O Brasil conta com 1,5 milhão de trabalhadores em aplicativos de transporte, seja realizando viagens de passageiros ou prestando serviços de delivery, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Conforme o número de trabalhadores neste setor cresce, aumenta também a gama de aplicativos que oferecem mobilidade, trazendo novas tendências de mercado e diferenciais aos usuários.

Para Bruno Muniz, sócio-executivo da Gaudium, startup de tecnologia focada em mobilidade urbana e logística, a atenção às novidades do setor são cruciais para que as empresas possam oferecer a melhor experiência aos seus clientes.

“Para os próximos anos, espera-se que algumas movimentações que já vêm ocorrendo de forma casual ganhem mais força e se consolidem, como é o caso da descentralização dos grandes apps de transporte e crescimento do modelo de pagamento digital via Pix”, aponta o executivo, que listou cinco tendências promissoras para o setor de aplicativos de transportes:

1. Foco em apps de transporte locais

Em vez de um grande aplicativo multinacional presente em todas as cidades do Brasil, Muniz aponta a tendência do fortalecimento dos aplicativos regionais, que conseguem se conectar mais aos motoristas e passageiros por serem geridos por empreendedores da região. Muitas vezes, eles até oferecem diferenciais atraentes àquela localidade específica. No país, aplicativos como Urbano Norte e Ubiz Car Brasil lideram este modelo, focando suas operações em cidades de pequeno e médio porte.

2. Mobilidade elétrica

Com a necessidade cada vez maior da substituição dos combustíveis fósseis, veículos à base de energia limpa deverão tomar a frente também no transporte por aplicativo. A Uber, por exemplo, tem o objetivo de ter sua frota composta 100% por veículos elétricos até 2040, inclusive já oferecendo bônus nos EUA para motoristas trocarem seus veículos por um modelo mais sustentável.

3. Crescimento do Pix como modalidade de pagamento

Uma das tendências que devem seguir em alta é o uso do Pix em apps de transportes. Para Muniz, o Pix conquistou espaço pela simplicidade e praticidade para todos os envolvidos.

“É um meio que oferece mais flexibilidade financeira para os passageiros, além de existir menos chances dos usuários transferirem valores errados ou caírem em golpes. Para motoristas, o valor é creditado na hora e não é preciso pagar pela taxa da maquininha”, aponta.

Segundo levantamento da Gaudium, o Pix movimentou mais de R$ 60 milhões em transações de aplicativos de transporte regionais de janeiro a setembro de 2022.

4. Monitoramento em tempo real e carros inteligentes

A conexão 5G chegou no Brasil oficialmente em julho, mas deve levar mais alguns anos para chegar em todo país. Para Muniz, o impacto do 5G será visto em dois momentos, no curto e no médio prazo. No curto prazo, motoristas e passageiros poderão ver a precisão do deslocamento do veículo dentro do aplicativo de forma mais apurada, o que tende a diminuir os cancelamentos. Além disso, a realidade aumentada dentro do transporte por aplicativo deverá aparecer mais vezes, por exemplo, com imagens reais de pontos de embarque dos passageiros, o que evita o desencontros com motoristas.

Para o médio prazo, Muniz acredita que a tecnologia abre espaço para os carros inteligentes, já que eles necessitam de muita informação em tempo real para operar, o que só agora, com o 5G, tornou-se viável. “Muitas empresas já investem fortemente na criação de carros inteligentes, que junto do auxílio da tecnologia de quinta geração, pode fazer eclodir uma das maiores revoluções já vistas dentro do setor da mobilidade urbana”, afirma o executivo.

5. Mobilidade aérea

Apesar de parecer vinda de um filme de ficção científica, a mobilidade aérea urbana nunca esteve tão perto de se tornar realidade. A Eve, braço da Embraer no setor, realizou seis voos diários entre o Aeroporto Internacional do Galeão e a Barra da Tijuca, ambos no Rio de Janeiro, em novembro de 2021. Os testes não foram realizados ainda com o veículo que será utilizado no futuro, o eVTOL, e sim com um helicóptero. Mas os testes ajudaram a empresa a conceber, junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o primeiro Conceito de Operações para Mobilidade Aérea Urbana no Brasil.