O 5G, a nova geração de internet móvel, já é uma realidade em Brasília e, desde a última sexta-feira, em outras três capitais brasileiras: João Pessoa – a primeira do Nordeste, Belo Horizonte e Porto Alegre. Até o final de setembro, todas as capitais do Brasil estarão ofertando o serviço que mudará completamente a forma como interagimos e utilizamos a internet móvel.
Além da navegação ultrarrápida, 100 vezes mais veloz do que o 4G, o 5G afetará positivamente toda a sociedade civil, poder público, empresas e corporações, sendo considerada, sem exageros, uma nova fronteira para a humanidade. Experimentaremos um salto gigantesco em tecnologias e inovações digitais em um curto espaço de tempo, gerando transformações contínuas na maneira como vivemos e trabalhamos, afetando setores como saúde, educação, consumo, além de todo ecossistema de negócios.
Vencidas algumas barreiras iniciais – aparelhos que suportam a tecnologia, atraso da implementação no país, acesso popularizado etc – como é natural em tudo que é muito novo e disruptivo, não há pontos negativos. Ao contrário! Com o 5G podemos vislumbrar apenas oportunidades.
Inteligência artificial, internet das coisas, blockchain, entre outras inovações, avançarão em nossas vidas em velocidade de cruzeiro e, dentro desse contexto, as empresas no Brasil precisam acelerar e se adaptar para “abastecer o avião em pleno voo”. Essa metáfora ilustra a necessidade, para quem ainda não o fez, de parar e rever as estratégias, incluindo a transformação digital plena nos planos de negócios para continuar competitivo.
Já estamos atrasados! Segundo pesquisa da KPMG Brasil, apenas pouco mais de 50% das corporações brasileiras incluiu o 5G em suas estratégias, o que mostra o quão urgente é dedicar tempo e planejamento para alavancar negócios atuais e novos diante das perspectivas que a nova geração de internet móvel promoverá.
Nuvem consolidada como a base digital, muitos e muitos terabytes de dados, experiências de consumo altamente personalizadas, parcerias para preencher lacunas de habilidades e solidez de privacidade e cibersegurança são cinco tendências em inovações e que serão sustentadas pela tecnologia 5G nos próximos anos. Dentro de todo esse contexto, o PIB do Brasil poderá ter um impulso adicional de 2,5% ao ano, por pelo menos 15 anos, segundo estudo da consultoria Deloitte.
Vamos tomar como exemplo em benefícios com o 5G o agronegócio, setor responsável por 27,4%% do PIB brasileiro. Até 2023 , estima-se que 12 milhões de sensores agropecuários estarão operando, impactando positivamente a gestão das fazendas e impulsionando a outros níveis a produtividade. A tomada de decisão passará a ser feita a partir da dados precisos coletados por sensores e drones com sistemas de inteligência artificial, o que significará uma verdadeira transformação no modus operandi do agronegócio no país.
De fato, se formos analisar mercado por mercado, setor por setor, as expectativas com a tecnologia 5G são empolgantes e serão alavancadas no universo corporativo. Porém, há um componente essencial para o sucesso: visão estratégica. Esse é o grande desafio que se impõe: alinhar estrategicamente a internet móvel 5G com os modelos de negócios, não só dos atuais mas também do futuro. Estamos prontos?
Ruy Dantas, CEO do Sin Group