Um estudo da Arko Advice, que aponta cenários e perspectivas políticas para 2022, elenca temas que devem atravessar as eleições no Brasil durante o próximo ano. Entre os assuntos, economia, combustível, pandemia, terceira via, privatizações e relacionamento entre Poderes são destaques que deverão aparecer na discussão, segundo analistas políticos.
De acordo com a publicação, as próximas eleições tendem a girar em torno da economia especialmente pela volta da fome, índices de desemprego e inflação. Diferente de 2018, a pauta anticorrupção pode ter um apelo menor dessa vez.
Já a imprensa que foi importante em 2018, mas não decisiva, diz a análise, agora terá destaque devido à interação com as redes sociais. Estas últimas, por sua vez, foram essenciais para eleger Bolsonaro e continuarão importantes, mas com o fortalecimento de regulações tendem a ser menos decisivas que no pleito anterior.
Confira a seguir as principais considerações da publicação Cenários Políticos: Perspectivas Políticas para 2022 sobre os assuntos que irão influenciar a disputa no próximo ano:
As previsões para o crescimento da economia em 2022 foram revistas para baixo, o que pode comprometer a geração de emprego e a renda do trabalhador. Além disso, a inflação continua afetando o poder de compra da população. A estimativa da Selic para 2022 já está em 11,5% ao ano.
Como em 2021, a alta do preço dos combustíveis estará na agenda. Em ano eleitoral, o tema ganha relevo e o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem criticado a política de reajuste no setor. Projeto de lei está em discussão no Senado. Uma greve geral de caminhoneiros continua com baixa chance de prosperar, mas o assunto requer atenção.
O processo de vacinação no país avançou, com consequente redução do número de casos e de mortes por covid-19. Entretanto, o surgimento de novas variantes tem gerado incertezas sobre a evolução da pandemia em 2022. O tema permanece na pauta, travando a recuperação da economia.
Abril é o prazo final para que detentores de cargos não eletivos nos Executivos federal, estadual e municipal que queiram ser candidatos em outubro deixem seus cargos. Além deles, presidente da República, vice-presidente e governadores que queiram tentar uma vaga fora da reeleição, além de prefeitos, também precisam se desincompatibilizar.
A disputa presidencial continua polarizada entre Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT). A terceira via, fragmentada, tenta se viabilizar como alternativa. Existe a possibilidade de alguns nomes abrirem mão da candidatura para tentar uma composição. A terceira via terá a missão de criar um discurso capaz de atrair o eleitorado de centro.
Até o final de 2022, o governo espera avançar na concessão de 16 aeroportos, entre elas a do Santos Dumont (RJ) e a de Congonhas (SP). Também está prevista a concessão do porto de Santos (SP) e do Ferrogrão (MT-PA). Com relação à Eletrobras, o governo espera promover a desestatização da companhia no primeiro trimestre do ano. O objetivo é atrair pelo menos R$ 260 bilhões de investimentos privados para o Brasil até o fim de 2022.
A eleição de 2022 deverá acontecer em um clima de intensa polarização, com risco elevado de judicialização de questões eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) promete rigor na fiscalização do uso de mídias sociais para evitar fake news durante o processo. O Supremo Tribunal Federal (STF) também poderá decidir questões relevantes, com risco de tensão entre os Poderes.
“De qualquer forma, continuamos avaliando que não há risco de ruptura institucional”, diz a análise.