Há quem repita com frequência a frase “a felicidade não é um estado prolongado, são momentos”. Mas após décadas de pesquisas, cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, parecem ter encontrado os caminhos para quem quer ser feliz.
Segundo Stephanie Collie, médica e professora de psiquiatria da Escola de Saúde de Harvard, existem certos hábitos que podem ser incorporados ou levados em consideração na vida diária para atingir esse estado de realização e alegria.
Para George Vaillant, psiquiatra de Harvard que liderou um estudo por 75 anos para identificar o que faz uma pessoa feliz, afirma que a chave está nas conexões.
Veja abaixo as dicas para ter uma vida mais feliz.
A atividade física é como um banho de espuma de neurotransmissores, e seus efeitos duram muito além do término da atividade.
Quando nos juntamos a algo maior que nós mesmos, desenvolvemos sentimentos de gratidão, compaixão e paz. A meditação é uma maneira poderosa de modificar os caminhos do cérebro para aumentar a alegria.
Somos programados para sentir alegria quando experimentamos coisas novas. Desenvolver uma nova pesquisa pode nos ajudar a reorientar nossa energia.
Atividades como o voluntariado ou ajudar/colaborar com os outros produzem maior felicidade do que aquelas que nos fazem focar em nós próprios.
Seja por colegas de trabalho fofoqueiros, um relacionamento tóxico com um membro da família ou um amigo que reclama, passar o tempo com uma mentalidade negativa nos influencia. Nesses casos, não há problema em impor limites.
Os relacionamentos humanos são a chave para a felicidade. É o que concluiu uma pesquisa, chamada de Harvard Study of Adult Development, que acompanhou de perto 700 estudantes universitários do sexo masculino da universidade americana por 75 anos. O trabalho mediu uma ampla gama de traços psicológicos, antropológicos e físicos, desde tipos de personalidade até QI, hábitos de bebida e relações familiares, em um esforço para apontar que fatores contribuem para o florescimento humano.
Valliant concluiu que a única coisa que importa na vida são os relacionamentos humanos. O psiquiatra disse ao portal Huffington Post que “um homem pode ter uma carreira de sucesso, dinheiro e boa saúde física, mas sem relacionamentos amorosos e de apoio, ele não seria feliz”. No entanto, o especialista explicou que a conclusão do estudo não é dada no sentido médico, mas psicológico.
Como os pesquisadores observaram de perto os ex-alunos, eles descobriram que as relações com os amigos, e especialmente com os cônjuges, eram muito importantes para o bem-estar geral. As pessoas em relacionamentos mais estáveis foram protegidas contra doenças crônicas, mentais e problemas de memória, mesmo que esses relacionamentos tivessem momentos de altos e baixos.
Segundo a pesquisa, relacionamentos sólidos são o indicador mais forte de satisfação com a vida. Somado a isso, os pesquisadores detectaram que poder “estar conectado” consigo mesmo e com os outros também leva à satisfação pessoal e profissional, porque sentir-se conectado ao trabalho que se faz era mais importante para os participantes do que ganhar dinheiro ou ter sucesso.
— Felicidade é poder se conectar — disse Vaillant. — Quanto mais áreas da sua vida você puder conectar, melhor.
A ideia de que ter mais dinheiro e poder traz maior felicidade é totalmente falsa segundo Harvard.
— Não é que isso não importa, é que é uma pequena parte de um quadro muito maior e, embora possa ser de grande importância para nós em um determinado momento, diminui quando vistos no contexto de uma vida plena — disse o psiquiatra.
Um bom relacionamento com a mãe é importante mesmo na idade adulta. Homens que tiveram relacionamentos “calorosos” com suas mães na infância ganharam uma média de US$ 87 mil (aproximadamente R$ 460 mil) a mais por ano do que homens cujas mães não se importavam com eles; e aqueles que tiveram relacionamentos ruins com suas mães durante a infância eram muito mais propensos a desenvolver demência na velhice.
Outro achado importante do estudo aponta que o consumo de álcool foi a principal causa de divórcio na vida dos homens que participaram da análise. O abuso dessa substância foi fortemente correlacionado com neurose e depressão (que tendiam a seguir o abuso de álcool, em vez de precedê-lo) e, juntamente com o tabagismo associado, foi o maior fator contribuinte para a morte precoce em pacientes observados pela pesquisa.
*Por Victoria Vera Ziccardi, La Nacion via O Globo