O Alzheimer é a principal causa de demência no mundo e afeta cerca de 1,2 milhão de brasileiros, com 100 mil novos casos a cada ano. Embora ainda não exista cura, psiquiatras e neurologistas afirmam que mudanças no estilo de vida podem prevenir ou retardar o surgimento da doença.
Segundo estudos recentes, como um publicado na revista The Lancet, até 45% dos casos de demência — e no Brasil esse índice pode chegar a 60% — poderiam ser evitados com a redução de fatores de risco modificáveis.
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Idade avançada, histórico familiar e predisposição genética são fatores conhecidos para o Alzheimer e outras demências. Mas, de acordo com especialistas, hábitos saudáveis têm peso significativo na prevenção.
“A grande mudança, se formos escolher uma, é a atividade física porque ela vai melhorar as outras coisas”, afirma Jerusa Smid, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
A psiquiatra Rita Cecilia Ferreira, doPrograma Terceira Idade/Proter do IPq – Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP, reforça que bons hábitos podem prevenir ou retardar o surgimento de várias demências. “Vários artigos têm demonstrado que o estilo de vida é muito importante e que se tivéssemos hábitos saudáveis, poderíamos prevenir ou retardar o surgimento de várias demências”, afirma.
“Outra coisa muito importante é o sono. Quando dormimos, nosso cérebro faz uma faxina para retirar todas as toxinas acumuladas quando nosso cérebro trabalha. Se não se dorme bem, as toxinas se acumulam e isso contribui para a neurodegeneração“, explicou ao jornal O Globo.
Pesquisadores listam os 9 hábitos que mais impactam na prevenção do Alzheimer:
Prefira frutas, verduras, legumes, peixes e grãos integrais. Evite ultraprocessados, frituras, produtos industrializados e excesso de açúcar, que estão associados ao declínio cognitivo.
Manter pressão arterial, diabetes e colesterol sob controle reduz os riscos para o cérebro. Identificar e tratar essas condições na vida adulta faz diferença na prevenção.
Um sono adequado funciona como “faxina” do cérebro, eliminando toxinas acumuladas durante o dia. Dormir mal aumenta o risco de neurodegeneração.
Tratar depressão, evitar estresse crônico e buscar apoio psicológico são medidas fundamentais. Pacientes com depressão não tratada têm mais chance de evoluir para demências.
Estudar, ler, aprender novas habilidades, jogar dominó ou começar um hobby criativo ajudam a aumentar a reserva cognitiva e proteger o cérebro.
Convívio com amigos e familiares evita o isolamento social — fator de risco reconhecido para demências.
Fumar, beber em excesso e se expor à poluição elevam o risco de doenças cardiovasculares e cerebrais, impactando a saúde cognitiva.
Tratar precocemente dificuldades auditivas e visuais reduz isolamento e perda de estímulos cerebrais, fortalecendo a saúde do cérebro.
A recomendação é pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana. Caminhar, nadar, dançar ou fazer jardinagem ajudam no controle do peso, da pressão, do colesterol, da depressão e ainda estimulam a neurogênese — processo de criação de novos neurônios.