No dia 12 de fevereiro de 2012, um caso no município de Queimadas, localizado no Agreste da Paraíba, chocou a população local e o país. Cinco mulheres foram vítimas de estupro coletivo planejado dentro de uma casa durante uma festa de aniversário. Duas foram assassinadas: a professora Izabella Pajuçara, de 27 anos, e a recepcionista Michele Domingos, 29.
Na casa estavam sete mulheres, nove homens e três adolescentes. Os irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira organizaram a festa, convidando as vítimas para o evento, o aniversário de um deles. Para realizar o crime, Eduardo e Luciano forjaram um assalto e entraram encapuzados na residência. No evento, as moças foram amarradas com lacres do tipo enforca-gato, sendo amordaçadas e tendo os olhos vendados enquanto os abusos eram realizados pelo grupo.
Em 2014, Eduardo dos Santos Pereira foi condenado a 108 anos de prisão. Ele foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros e lesão corporal contra um dos adolescentes envolvidos no caso. Luciano dos Santos Pereira, irmão de Eduardo, foi condenado a 44 anos de prisão.
Eduardo fugiu da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, o PB1, no dia 17 de novembro de 2020. Ele segue foragido até hoje.
Mais de 11 anos após o caso, a barbárie de Queimadas será tema do segundo episódio da nova versão do programa Linha Direta, apresentado por Pedro Bial, que vai ao ar nesta quinta-feira (11.05), trazendo entrevistas com testemunhas e uma das sobreviventes.
Um documentário sobre o caso também está prestes a ser lançado. “A Década em que Nada Mudou” tem direção, roteiro, produção, direção de fotografia e montagem da jornalista Carol Diógenes, que ouviu jornalistas, policiais, delegados e outras pessoas que atuaram diretamente na apuração do crime.
O lançamento do documentário “A Década em que Nada Mudou” será na sede da OAB em Campina Grande, ainda em maio.
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