João Pessoa recebeu na segunda-feira (25/11) a visita de Marcia Esteves, presidente nacional da ABAP, espaço de articulação coletiva do ecossistema publicitário. 

O encontro aconteceu no Ilha Tech, HUB de inovação, impacto e tecnologia, reunindo agências de publicidade, veículos de imprensa, empresários da comunicação e diferentes atores do ecossistema publicitário.

Durante o evento, a ABAP homenageou os ex-presidentes da entidade na Paraíba: Lucas Salles, Jurandir Miranda, Max Leal, Júnior Guerreiro e Anderson Pires.

O publicitário Ruy Dantas, presidente da ABAP Paraíba e membro do Conselho Superior da entidade nacional, idealizou a homenagem como forma de reconhecer o trabalho fundamental realizado pelos ex-presidentes. 

“Essa homenagem é um reconhecimento ao legado deixado por todos eles, que permitiu à ABAP chegar ao momento atual, renovada e preparada para enfrentar novos desafios”, destacou Ruy.

Além de ouvir as agências e compartilhar com o mercado local o trabalho que a atual diretoria tem realizado, a agenda com Marcia Esteves na capital paraibana foi um momento único para debater assuntos relevantes para o setor de comunicação.

“A ABAP deixou de ser uma entidade voltada apenas para o segmento da publicidade; ela é chamada para discutir todos os temas importantes da economia nacional, como reforma tributária, impacto do ESG nas relações de trabalho e consumo, regulação das Bets, regulamentação das plataformas e todos os grandes temas nacionais” pontuou Dantas, CEO do Ilha Tech.

“Receber Marcia é também celebrar o empoderamento feminino, que tem transformado positivamente nossa entidade”, afirmou o conselheiro da ABAP Nacional.

Também prestigiaram o evento André Vajas, presidente do Mídia Com PB, e Heron Cid, presidente da Associação de Mídia Digital – AMIDI.

União do ecossistema publicitário

Ao abordar o mercado, Marcia Esteves afirmou que o Brasil representa uma das maiores economias criativas do mundo.

 “Isso significa que a gente deveria ter muito orgulho do setor de comunicação como um todo, porque nós, ano após ano, somos eleito o terceiro país mais criativo do mundo, em todos os rankings globais que olham pra criatividade. Cada vez mais a gente tem profissionais sendo exportados mundo afora”, ressaltou a presidente nacional do Espaço de Articulação Coletiva do Ecossistema Publicitário (ABAP).

“É um segmento de gigantes, mas é também um mercado que está sempre em transformação. Um mercado que a gente não consegue mais contar quantos meios e canais existem. As pessoas viraram mídia, viraram meio, viraram mensagem. Então a gente tem uma grande transformação que obviamente é revolucionária com a tecnologia, mas a tecnologia é uma detalhe, o que a gente tem que olhar mesmo é o que isso de fato impacta pras agências e pro nosso ecossistema.”

“Um mercado que até pouco tempo atrás existia muito mais respeito sobre o nosso ofício, e hoje é um mercado que passa a discutir sobrevivência. A sustentabilidade das agências, do ecossistema como um todo entrou em pauta no momento em que a gente se confundiu com o que a tecnologia vem fazendo”, declarou.

Ela garante que “as agências vão continuar sendo um importante agente para evolução do nosso mercado. É através das agências que todo o ecossistema acontece.”

“Não há nenhum player do ecossistema de comunicação que se transformou tanto quanto as agências se transformaram nos últimos quinze anos. Os veículos, claro que se transformaram, mas também ganharam novas frentes, adquiriram novas frentes de especialidades ou chegaram novos veículos que já nasceram dessa nova era. Os anunciantes confiaram nas agências para que as transformações acontecessem”, explica.

Acompanhando as transformações

Segundo Esteves, uma grande agência, até 2010, tinha em média 200 pessoas. “Uma agência grande hoje tem em média 800 pessoas. Antes nós tínhamos basicamente seis departamentos dentro de uma agência. Hoje uma agência tem basicamente vinte e um departamentos. Pois todas tiveram que aprender a lidar com dados, tiveram que contratar ferramentas, trabalhar com influenciadores, com redes sociais, com community management. A verdade é que as agências tiveram que se transformar e aprender um monte de disciplina para poder continuar pulsando o macro através da criatividade para os anunciantes.”

Márcia diz que as recentes mudanças na Abap refletem o objetivo de acompanhar as transformações do mundo, tendências de uma sociedade em constante mutação. 

“A gente tinha um estatuto muito fechado, somente e exclusivamente para agências de publicidade. E a gente entende que existem diversos tipos de agências que precisam estar na discussão dentro da Abap, como por exemplo agências de influenciadores, agências de e-commerce.”

Primeira mulher a presidir a ABAP Nacional em 75 anos, Marcia Esteves reforça a importância da diversidade em espaços de poder. Segundo a líder, a ideia é que a associação tenha representações regionais em todas as partes do país.

“Não é só a diversidade de gênero, mas é a diversidade de regionalidade, de sotaques, de assentos. Porque em cada lugar que a gente vai, a gente sabe que tem um lugarzinho extraordinário que merece mais destaque.”

“A gente precisa fazer hoje para que o amanhã seja melhor pra todo mundo. E óbvio que a gente sempre vai discutir formação de talentos, fomento da criatividade, combinação de humano com tecnologia e a sustentabilidade do nosso ecossistema. Se o mercado ampliou, a Abap também amplia todos os dias. Se diversidade e representatividade são vitais, a gente se torna mais diverso e mais representativo todos os dias, se o setor enfrenta desafios em relação à sustentabilidade, a gente vai atacar esse ponto, com força, com transparência, com calma e conversas maduras, para que a gente possa cada vez mais trazer um equilíbrio pro nosso ecossistema”, falou Esteves.

Lançamento da MidiaCom/PB

Durante à tarde, em João Pessoa, houve o evento de lançamento da MídiaCom/PB, entidade que representa as emissoras de rádio e televisão do estado.

A criação da MidiaCom/PB integra uma iniciativa da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), que busca unificar as nomenclaturas das entidades estaduais ligadas à comunicação. 

Segundo o presidente da MidiaCom/PB, André Vajas, a mudança visa fortalecer o setor. 

Até então, as entidades estaduais adotavam nomes diferentes, o que, de acordo com a ABERT, dificultava a criação de uma identidade institucional consolidada. 

Com a MidiaCom/PB, a Paraíba passa a ser o terceiro estado a implementar o novo modelo, posicionando-se como referência no cenário nacional.