O aborto espontâneo é uma das experiências mais dolorosas que um casal pode enfrentar, marcada por um luto que muitas vezes é vivido em silêncio. Recentemente, a influenciadora Maíra Cardi e o coach de finanças Thiago Nigro, compartilharam publicamente a perda do bebê que estavam esperando. O caso gerou ampla comoção e debates sobre a forma como o luto é tratado socialmente.
Maíra revelou a perda de seu terceiro filho, resultado de seu relacionamento com Nigro. Desde então, o casal vem recebendo apoio, mas também críticas, especialmente por manterem uma rotina profissional e pela publicação de uma imagem do feto após o aborto.
“Cada pessoa vive o luto de uma forma única, e não cabe à sociedade julgar como um casal deve lidar com uma perda tão significativa”, afirma a psicóloga Natalia Aguilar, especialista em luto perinatal.
Estima-se que cerca de 15% a 20% das gestações terminem em aborto espontâneo, geralmente nos primeiros meses. Apesar de ser um evento comum, a dor emocional que acompanha a perda é imensa. Muitos pais sentem que sua dor é invisibilizada ou minimizada.
“Há um silêncio cultural em torno do aborto espontâneo que faz com que os pais se sintam isolados. Eles enfrentam não apenas a dor da perda, mas também a sensação de que não têm o direito de expressar seu luto”, explica Natalia.
Casos como o de Maíra Cardi revelam o peso adicional que figuras públicas enfrentam ao viver tragédias pessoais sob o olhar público. Críticas à forma como o luto é conduzido podem aprofundar o sofrimento emocional.
“É importante lembrar que o luto não tem uma fórmula. Algumas pessoas preferem recolhimento, enquanto outras optam por seguir com a rotina como uma forma de lidar com a dor”, observa a psicóloga.
Especialistas apontam que o apoio emocional é fundamental para ajudar pais enlutados a processar a dor da perda. Entre as principais recomendações estão:
O caso de Maíra Cardi reacende o debate sobre a necessidade de falar abertamente sobre o luto perinatal e de acolher pais que vivem essa experiência. Dar voz a essas histórias é um passo importante para romper o tabu e promover uma maior empatia coletiva.
“A dor de perder um bebê é real e merece ser validada. Só assim poderemos criar um espaço onde esses pais possam se sentir amparados, e não julgados”, conclui Natalia Aguilar.