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Ações do Bradesco desabam após trimestre negativo e perda de 30 bilhões em valor de mercado
10/11/2022 / 11:40
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As ações do Bradesco atingiram o menor nível em 24 anos, depois de registrarem queda de 17% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), na quarta-feira 9.

O resultado justifica-se porque o banco perdeu pouco mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado. As ações preferências (BBDC4) fecharam o dia cotadas a R$ 15,35. Já as ordinárias (BBDC3) recuaram cerca de 20%, para R$ 13,27.

O que aconteceu?

O Bradesco divulgou na noite de terça-feira 8 o resultado financeiro do terceiro trimestre do ano. Segundo o comunicado, o lucro líquido da instituição (R$ 5,2 bilhões) foi 22% menor que o mesmo período do ano passado e veio abaixo do esperado pelos analistas.

O balanço mostrou ainda que o retorno sobre patrimônio líquido (ROE), que indica a capacidade de um banco em rentabilizar seu capital, caiu de 18% para 13% na comparação trimestral, atingindo seu nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2020.

O banco foi impactado pela inflação e juros altos, resultando em inadimplência — que subiu de 2,6% em setembro do ano passado para 3,9% no mesmo mês deste ano. Como consequência, o Bradesco teve de expandir em 116% as despesas com provisões contra a inadimplência.

O presidente da instituição, Octavio de Lazari Jr., deixou claro que o cenário macroeconômico está afetando a capacidade de pagamento dos clientes, especialmente famílias e pequenas empresas. O executivo sinalizou que só deve haver melhora em alguns indicadores do banco no ano que vem.

O pessimismo se somou a um momento em que o mercado está muito atento aos sinais emitidos pelo futuro governo, especialmente no fiscal.

O cenário econômico para o ano que vem não é dos mais animadores. Mas, segundo Lazari, as projeções de queda da inflação, com possível redução da taxa Selic, são positivas para o crédito, apesar dos sinais de recessão na Europa e nos Estados Unidos.

A queda no resultado e a piora nas perspectivas fizeram o mercado se movimentar. O banco de investimentos Credit Suisse alterou a recomendação para as ações do Bradesco de compra para venda, enquanto o BTG Pactual passou de compra para neutro.

Com informações da Revista Oeste