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Agricultura regenerativa reduz perdas em lavouras e impulsiona produtividade
12/02/2024 / 11:36
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Quando assumiu a fazenda da família, o engenheiro agrônomo Gustavo Corazza decidiu mudar a forma como a propriedade operava. Ele estava preocupado com a imagem que os cidadãos urbanos tinham do agricultor. Foi então que o produtor rural decidiu adotar técnicas de agricultura regenerativa na fazenda de 500 hectares, em São Jorge do Ivaí, no interior do Paraná.

Pouco depois, em 2020, Corazza viu uma reportagem sobre o programa Pro Carbono da Bayer e procurou o representante técnico de vendas para participar. “É bem mais fácil começar a adotar essas práticas em um programa que te dá segurança, com cientistas e suporte técnico”, explica.

Atualmente, 73 hectares da fazenda são manejados dentro do programa, que tem aumentado a produtividade em três a quatro sacas por hectare. “Quando é um ano bom, cresce o teto produtivo. Quando a situação está ruim, faz a gente não cair tanto”, afirma.

O município de São Jorge do Ivaí foi um dos muitos que sofreram com os efeitos do El Niño durante a safra de soja. A estiagem prejudicou as lavouras principalmente entre dezembro e janeiro. O calor extremo provocou a morte de plantas em áreas comuns, enquanto os hectares dedicados ao projeto resistiram.

Um dos “truques” de Corazza e da agricultora Vanessa Bomm, de Terra Roxa, é simples: usar plantas de cobertura que ajudam a reduzir a temperatura e equilibrar a microbiota do solo, além de favorecer o sistema radicular das culturas agrícolas plantadas na safra seguinte.

Vanessa explica que as perdas causadas por dois longos períodos de estiagem chegaram a 40% da produção. Nos 30 hectares do Pro Carbono, onde foi plantada braquiária no lugar do milho na safra passada, a produtividade das lavouras foi 22% maior, ou 12 sacas por hectare, segundo ela.

A produtora evitou falar do rendimento das lavouras, mas, pelos números apresentados, o rendimento fora da área gira em torno de 54,5 sacas por hectare. “É soja que foi plantada no mesmo dia, colhida no mesmo dia e com a mesma variedade”, afirma.

Segundo ela, a braquiária também colaborou para reduzir a incidência de ervas daninhas. No caso da buva, que atormentou muitos produtores na região, ela nem precisou fazer o manejo. Agora, a ideia é plantar a braquiária consorciada com o milho na safrinha.

Com informações de O Globo