A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), através da Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar, realizou audiência pública nesta terça-feira (15), na cidade de São José de Piranhas, Sertão do estado, para debater a implantação de projetos nas áreas de piscicultura e agricultura familiar, em face da transposição do Rio São Francisco.
O presidente da Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar da ALPB, deputado Jeová Campos, autor da propositura, ressaltou que a discussão tem como objetivo desenvolver projetos para que as águas do Rio São Francisco sejam utilizadas de forma racional.
Para o parlamentar, as instituições de ensino, estudos e pesquisas, em nível estadual e nacional, além de sindicatos, lideranças políticas e governo do estado devem se congregar ao debate na busca do interesse maior que é o desenvolvimento socioeconômico da região.
“Afinal de contas, são 22 municípios que estão no curso do Rio Piranhas. Mais de 10% da população paraibana está nesse entorno. Então, é hora de compreender que água é um fator de desenvolvimento e é preciso que sejam desenvolvidos projetos que não agridam o meio ambiente, que preservem o rio, que assegurem a prática de uma agricultura pura e sem agrotóxicos”, destacou.
O prefeito de São Jose de Piranhas, Chico Mendes enfatizou o esforço que foi feito na região, especialmente através dos veículos de comunicação, para viabilizar a chegada das águas do Rio São Francisco.
“Esse trabalho tem que ser feito em conjunto para que nós possamos encontrar os encaminhamentos corretos para as boas saídas, as boas práticas do uso da água em favor da população e do estado. Esse é o desafio. O encontro que nós aqui fizemos teve essa proposta de despertar a sociedade civil organizada, a classe política, o Governo do Estado, o Governo Federal e todos quantos tiverem interesse de participar”, afirmou.
Para Rodrigo Barbosa, técnico do Instituto Nacional do Semiárido, é preciso aproveitar as potencialidades que já existem na região, como a pecuária e a irrigação. O problema, segundo ele, é que nem todos os agricultores convivem com irrigação devido à falta de água iminente na região.
“Agora existe um potencial de transformar essas comunidades que não tinham essa produção e resultados realmente positivos obtidos através da irrigação agrícola, que não necessariamente possam ser em grandes campos, como Petrolina. Esses resultados podem ser obtidos nos pequenos campos, aproveitando as potencialidades já existentes para os pequenos agricultores, reforçando a agricultura familiar”, explicou.