Ter relações saudáveis, que gerem confiança e pertencimento, além de estar em uma comunidade segura para expressar emoções e vulnerabilidades, pode parecer coisa simples e até superficial, mas são fundamentais para a longevidade e fazem parte do que se chama ‘saúde social’. Relativamente novo, o termo é voltado para descrever as relações interpessoais e o contexto social de cada pessoa.
Vínculos profundos são tão essenciais para a saúde quanto a alimentação. O estudo de Harvard sobre Desenvolvimento Adulto apontou que a qualidade dos relacionamentos é o fator mais forte ligado à longevidade e bem-estar, acima de riqueza ou fama. A psicóloga da Hapvida, Mayrla Pinheiro, conta que, mais que um conceito abstrato, a saúde social tem a ver com amizades sólidas, comunicação clara e conexão profunda.
De acordo com Mayrla, os principais fatores para uma boa saúde social incluem: relações interpessoais de qualidade; uma rede de suporte emocional disponível; o envolvimento em atividades comunitárias ou grupos sociais; acesso a recursos financeiros; e normas culturais que moldam os relacionamentos. “A qualidade dos vínculos sociais impacta diretamente nossa saúde física, emocional e mental. Relações positivas podem promover sentimentos de pertencimento, reduzir o estresse e aumentar a autoestima”, lista.
Em uma era digital e de hiperconexão on-line, ter com quem contar fora das telas pode ser um item de luxo. A psicóloga conta que a saúde social tem muito mais a ver com os vínculos reais, mantidos principalmente fora das redes sociais. Ela alerta que o uso excessivo de aplicativos pode levar ao isolamento físico, à superficialidade nas relações e a comparações sociais prejudiciais, além de contribuir para sentimentos de solidão e ansiedade.
A especialista aponta que esses são também sinais de alerta, que podem indicar o comprometimento da saúde social, assim como a dificuldade em estabelecer ou manter relacionamentos; alteração no comportamento habitual, ao se tornar alguém mais recluso; e queixas sobre falta de apoio emocional ou solidão.
Como em outros aspectos da vida, a saúde social também pode ser conquistada. A psicóloga orienta cuidados para fortalecer a saúde social no dia a dia, incluindo: tempo para dedicar e estar com amigos e familiares; participar de um grupo ou clube que compartilhe interesses em comum; trabalhar na comunicação efetiva e na empatia; estabelecer limites saudáveis e saber quando se afastar de relações tóxicas; e usar as redes sociais de forma equilibrada, sem substituir as interações presenciais por momentos on-line.
Estudo – A pesquisa mais longa de Harvard, conduzida há 85 anos, que leva em conta saúde física, mental, relacionamentos, carreira, hábitos e níveis de felicidade, tem mostrado que relações calorosas e próximas são o melhor preditor de felicidade e saúde ao longo da vida: boas conexões têm mais impacto na saúde do coração e na função cerebral do que outros fatores isolados.
Hapvida – A Hapvida oferece uma rede integrada de cuidados com a saúde mental, que inclui atendimento psicológico e psiquiátrico e serviços ambulatoriais. Com foco no bem-estar integral, a operadora disponibiliza profissionais qualificados, centros de referência e iniciativas voltadas à escuta ativa e acolhimento dos beneficiários em todas as fases da vida.