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Ansiedade e disfunção erétil: transtorno é responsável por 70% dos casos em que o homem apresenta dificuldade de ereção
09/12/2022 / 09:32
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Antes do prazer ser sentido no corpo, ele é produzido pela mente. Se a saúde mental estiver prejudicada, os estímulos e reações do corpo também serão afetados.

Por isso, quadros de depressão e ansiedade impactam atividades da rotina e afetam o desempenho sexual dos homens. A disfunção erétil é caracterizada pela dificuldade em produzir ou manter ereções. Ou seja, falhas ocasionais não são sinônimo de impotência sexual, podem ser fatos comuns e regulares entre os homens.

A situação é grave quando o homem não consegue manter a ereção de modo permanente, atrapalhando nas dinâmicas sexuais e até para alcançar o orgasmo.


70/30: emoção e organismo masculino

Segundo o cirurgião vascular Dr. José Mario Reis, coordenador da Residência Médica em Cirurgia Vascular do Hospital do Ipiranga, 70% dos casos de disfunção erétil são de origem emocional. 

Os outros 30% são casos em que a disfunção é orgânica e oriunda de alterações hormonais, vasculares ou ainda em situações de alteração da anatomia peniana, com mudança no diâmetro, tamanho e curvatura, como é o caso da Doença de Peyronie.

Segundo o especialista, a ansiedade é a principal emoção bloqueadora da mente humana e interfere em uma produção saudável da ereção masculina. 

Junto da ansiedade, outras sensações como medo, insegurança e insuficiência podem compor a mentalidade do homem e impactar na falta de controle da ejaculação (fazendo dela precoce ou inexistente).

A ansiedade causa impotência sexual pois a preocupação mental interfere no recebimento dos estímulos nervosos pelo cérebro. O homem não consegue se concentrar em sentir ou receber prazer por se sentir emocionalmente inibido.

Bem-estar físico e mental

Ainda que a maior parte dos casos de impotência esteja relacionado às emoções, é comum que os pacientes sintam-se em dúvida sobre a origem da disfunção erétil. Como saber quando ela é emocional ou orgânica?

 

Primeiro, é fundamental o acompanhamento de médicos especialistas. Desde o urologista, responsável pela saúde sexual e genital masculina, até um psicólogo clínico. Afinal, saúde não é somente sobre exames de sangue em dia.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, ter saúde contempla um estado de bem-estar físico, mental e social. Ou seja, não basta não estar com alguma doença diagnosticada. 

 

Com o acompanhamento, avaliações médicas adequadas e uma boa dose de autoconhecimento, os homens estarão aptos a compreender melhor o funcionamento do próprio corpo e praticarão a medicina preventiva.


Brasil, o país dos ansiosos

Segundo dados da OMS, o Brasil apresenta mais de 18,6 milhões de casos de pessoas sofrendo de ansiedade, o que deixa o país em primeiro lugar no ranking mundial.

 

Com esse cenário de instabilidade emocional, ansiedade em um ambiente de muitas incertezas, estresse familiar ou profissional, depressão, baixa qualidade de sono e hábitos alimentares ruins, os homens podem sentir as consequências na hora H.

A ansiedade é prejudicial para o exercício de atividades rotineiras como trabalhar e estudar, mas, especialmente, para os relacionamentos interpessoais e íntimos.


Como resolver o problema

Disfunção erétil e ansiedade podem ser tratadas e o assunto não precisa ser tabu entre os homens.

Aliás, jogar a situação “debaixo do tapete”, sem avaliar o que está acontecendo, só piora o caso. Os dois diagnósticos são comuns entre a população e podem ser resolvidos por diferentes alternativas.

 

Tratamento para disfunção erétil e ansiedade

Se após acompanhamento com especialistas, a compreensão seja de que a disfunção erétil possui origem emocional, a psicoterapia é uma das principais ferramentas para reversão do caso.

 

Sessões regulares com um terapeuta, mudança no estilo de vida com a inclusão de atividades físicas regulares e alimentação saudável farão toda a diferença! Manter a parceira/parceiro a par da situação também é importante, isso vai aumentar a intimidade do casal e ajudar a diminuir os medos e a ansiedade.

 

Agora, se o caso é orgânico-clínico, as alternativas são outras. O paciente pode testar o resultado com a ingestão de medicamentos orais, a autoaplicação de injeções e em último caso a cirurgia para implante de prótese peniana.

 

A opção cirúrgica é a última via pois é uma opção irreversível e um procedimento um pouco mais delicado, porém é seguro e os resultados satisfatórios.