Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) na tarde desta segunda-feira (17), o prefeito de Lucena, Leo Bandeira (Solidariedade) afirmou que as equipes de imunização da cidade são qualificadas e que a técnica de enfermagem responsável por aplicar vacinas de forma errada em crianças é “experiente”, não sabendo o que a levou a praticar o ato.

Na declaração, Bandeira diz que tomou conhecimento do fato na sexta-feira (14) e admitiu ainda que sua participação na campanha de vacinação não era intensa.

Também durante depoimento ao MPF, a técnica de enfermagem responsável por aplicar as doses alegou que recebeu ordem da chefe de imunização, Karina Rocha, para “vacinar todos” porque o lote “estava para vencer”. Ela ainda afirmou que não recebeu nenhum tipo de treinamento da prefeitura para aplicar as vacinas de Covid-19 e que seu contato com a gestão municipal era difícil.

Por sua vez, a ex-chefe de imunização do município, Karine Rocha, disse ao MPF que a técnica de enfermagem entendeu errado seu pedido. Segundo ela, a orientação repassada à técnica era para que as crianças que acompanhavam adultos e adolescentes que se vacinavam no dia 7 de janeiro fossem imunizadas com vacinas de rotina e não de covid. Karine também alegou que as vacinas não estavam vencidas, como divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado.

Nesta segunda-feira (17), o prefeito exonerou a equipe envolvida no caso, entre eles o secretário de Saúde, Antônio de Paulo, e a coordenadora de imunização, Karine Rocha Bezerra Carvalho. As portarias estão em vigor com data retroativa ao escândalo da vacinação, sexta-feira (14), quando o escândalo veio à tona.

O desligamento da técnica de enfermagem e o afastamento de uma servidora da UBS Estiva também foram publicados com datas retroativas.

Na noite desta segunda (17), equipes técnicas da Secretaria de Estado da Saúde confirmaram que 49 crianças com menos de 12 anos receberam vacina para adultos em Lucena. Dentro deste grupo, 13 crianças receberam doses que estavam dentro do prazo de validade e 36 que não estavam, pois foram armazenadas em temperatura positiva há mais de 30 dias. Não foram identificados, até o momento, eventos adversos graves.

As crianças seguirão, conforme preconiza o Programa Nacional de Imunizações (PNI), em monitoramento por 30 dias contados a partir da data de aplicação.

Confira o depoimento: