Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aguardam, nesta quinta-feira (11), o voto da ministra Cármen Lúcia no julgamento que analisa a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A expectativa é de que a magistrada apresente um voto “lapidar” e “diametralmente oposto” ao do ministro Luiz Fux, reforçando a defesa da democracia.
Na sessão de quarta-feira (10), que durou mais de 13 horas, Fux votou para absolver Bolsonaro de todos os crimes. Com isso, o placar ficou em 2 a 1 pela condenação do ex-presidente, após votos do relator Alexandre de Moraes e do ministro Flávio Dino. Fux, no entanto, acompanhou a maioria para condenar Mauro Cid e Braga Netto, mas absolveu outros acusados, entre eles Augusto Heleno, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre Ramagem.
Cármen Lúcia, decana da Primeira Turma, tem histórico de duras falas em defesa do Estado Democrático de Direito. Durante o julgamento do recebimento da denúncia, ela já havia classificado os atos de 8 de janeiro como “gravíssimos” e alertado para a necessidade de frear “a máquina de desmontar a democracia” no país.
O julgamento será retomado às 14h desta quinta-feira, com o voto da ministra. Ainda falta também o posicionamento do ministro Cristiano Zanin. A expectativa é que o julgamento seja concluído até sexta-feira (12).
Além de Bolsonaro, são réus os generais Braga Netto e Augusto Heleno, além de Mauro Cid, Garnier, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre Ramagem. O STF avalia crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.
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