Adotar ou comprar um animal de estimação foi uma iniciativa que muitos brasileiros tomaram desde o início da pandemia. Por essa razão, o aumento desses amigos nos lares brasileiros acabou impulsionando, também, o mercado pet.
De acordo com levantamento realizado pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal, houve um incremento na abertura desse tipo de negócio no primeiro semestre de 2021, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Entre os microempreendedores individuais (MEI), o número apresentou um aumento de mais de 46% no país, enquanto que entre as micro e pequenas empresas o crescimento foi de cerca de 39%.
Com o aumento da demanda por produtos e serviços do setor, além do crescimento do número de novos negócios, empresas que já estavam no mercado também se beneficiaram com o novo cenário. Atuando no mercado pet em João Pessoa há 26 anos, a empreendedora Janaina Monteiro lembra que o negócio começou vendendo ração e produtos agropecuários.
“Anos depois, ampliamos os serviços e nos tornamos um pet shop. Mudamos inclusive de nome, visando sempre acompanhar o crescimento do mercado nacional e ampliar cada vez mais os serviços. Depois, em agosto de 2020, construímos um novo espaço, um ambiente com pet shop, centro estético e clínica veterinária. Inauguramos no meio da pandemia, com um novo conceito de negócio em nossa região”, explicou a empreendedora, ao destacar também que “2021 está sendo mais um ano positivo, porém desafiador devido ao desequilíbrio financeiro”.
Ainda sobre as tendências do setor, Janaina destaca que a decisão de abrir a nova unidade foi tomada diante do movimento do mercado.
“Durante a pandemia, aumentou a oferta de produtos e o consumo pela internet. Por isso, ampliar os serviços é uma forma de garantir a fidelidade dos nossos e de novos clientes”, explicou a empresária, ao destacar que a meta é “fortalecer ainda mais o setor de serviços da empresa, para que o nosso cliente possa desfrutar de todos os serviços que necessitar em um só lugar”.
O analista técnico do Sebrae Paraíba, Lhano Osawa, ressalta que a crise provocada pelo coronavírus não interrompeu o consumo das famílias que têm animais de estimação.
“Mesmo com a crise trazida pela pandemia, as famílias ainda cuidam de seus animais de estimação. Por isso, acreditamos que o consumidor deve continuar a fornecer esses produtos, produzidos principalmente no Brasil, para os pets. Além disso, o comércio eletrônico no Brasil também continua crescendo, o que demonstra que os hábitos das famílias com animais de estimação estão mudando gradativamente”, explicou.
Para aproveitar o bom momento do setor, os empreendedores precisam estar atentos aos aumentos dos custos, ocorridos em função da inflação, que tem onerado as matérias-primas e a energia elétrica.
Um exemplo são os banhos e tosas, que exigem grande consumo de energia. Por essa razão, é importante que os empreendedores façam uso racional dos recursos, priorizando também equipamentos mais eficientes.
Outra dica do Sebrae é que os empreendedores acompanhem as tendências desse mercado, que conta com grandes players. Entre elas, está a realização de parcerias com espaços pet friendly, como shoppings, empresas turísticas, como hotéis e pousadas, restaurantes e centros comerciais.
Outra tendência que vem do mercado americano e já chegou ao país é o pet móvel, que possibilita o atendimento na casa do cliente. Para isso, os veículos são adaptados com todos os equipamentos para a estética e higiene, além de espaço para atendimento veterinário.
Já em serviços de estética, adestramento ou hospedagem de pets, é essencial ter processos que assegurem a segurança e o bem-estar dos animais. Por fim, é interessante, ainda, que os empreendedores inovem e sempre diversifiquem a oferta de produtos e serviços, não se limitando à venda de itens comuns.