A cineasta Petra Costa retorna ao centro do debate político e social com o documentário “Apocalipse nos Trópicos”, que estreia nesta segunda-feira (14/7) na plataforma de streaming Netflix. A produção, que já teve destaque internacional ao ser exibida no Festival de Veneza em 2024, mergulha na crescente influência de líderes evangélicos na política brasileira.
Indicada ao Oscar por “Democracia em Vertigem”, Petra agora foca em como o movimento evangélico tem moldado decisões políticas no país, especialmente a partir da pandemia de Covid-19. A obra acompanha figuras centrais do cenário nacional, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia, nome de grande projeção entre os evangélicos.
“Ficou muito claro a onipresença evangélica durante o começo da pandemia. Tanto dando serviços espirituais, médicos, psicológicos que o Estado não estava dando no momento de crise tremenda, quanto também o papel do negacionismo no uso de máscaras, de Jesus cura Covid e até uma visão em algumas tendências de que seria bom, de que o Covid é bom, como um sinal do Apocalipse e da aceleração do fim do mundo”, declarou a diretora Petra Costa em entrevista à CNN.
O documentário apresenta dados que apontam o crescimento de 35% da população evangélica no Brasil nos últimos 40 anos, um fenômeno que a diretora define como “uma das mudanças religiosas mais rápidas da humanidade”.
A partir de entrevistas, imagens de bastidores, discursos, cultos e momentos-chave da política recente, o filme propõe uma reflexão sobre a aliança entre religião e poder, abordando temas como negacionismo, liberdade religiosa, polarização ideológica e os desafios do governo Lula em dialogar com a comunidade evangélica.
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