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Após internação e vídeo polêmico, Linn da Quebrada fala sobre vício e recuperação
12/05/2025 / 12:14
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Após reabilitação e vídeo viral, Linn da Quebrada revela detalhes da luta contra dependência – Imagem: Reprodução/Globo

A atriz e cantora Linn da Quebrada, de 34 anos, emocionou ao compartilhar neste domingo (12/5), em entrevista ao Fantástico, os desafios que vêm enfrentando durante sua jornada de reabilitação. Após quatro meses de tratamento, incluindo 30 dias de internação em uma clínica, Linn volta a cantar e a reconectar-se com a arte — que ela chama de seu “bote salva-vidas”.

“Vou ser bem sincera. Eu quero jogar com a verdade e poder encarar, olhar para você e falar: ‘Eu estou com medo. Eu tenho medo do que as pessoas vão sentir ao me ver”, confessou Lina Pereira logo nos primeiros minutos da entrevista.

Conhecida por sua trajetória como mulher trans, multiartista e ativista, Linn falou sobre as dores da infância, o preconceito e os buracos emocionais que carregou ao longo da vida. “Muitas vezes já somos crianças LGBTs que já passam por preconceito, por bullying, por diversas questões. E, por isso, já crescemos com aquelas cicatrizes”, afirmou.

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“Não sabia o que era ter um pai. Então, eu nasci carente de ser amada. E, na minha criança, eu sinto que é essa criança que tá pedindo pra mim: ‘Me ama, me dá um pouco de amor próprio””, acrescentou.

A artista foi internada duas vezes no período de um ano. A primeira, em abril de 2024, foi involuntária. Ela conta que, naquele momento, não reconhecia que estava adoecida. “Eu não aceitava que eu estava adoecida. Eu não entendia o que significava a depressão. E, nisso, veio junto também, sim, o abuso de substâncias.”

Durante o tratamento mais recente, Linn afirma ter vivido uma experiência diferente, cercada de acolhimento. “Dessa vez, quando eu sou internada, eu sinto que as coisas são um pouco diferentes. Eu me senti muito amada, apesar de como as coisas foram expostas aqui fora”, declarou, referindo-se a um vídeo viral que sugeria que ela estava em uma região perto da Cracolândia, em São Paulo.

“Que nem é perto da Cracolândia, na verdade”, disse Linn. “Parece que eu estava na rua milhões de vezes, num lugar que eu não estou, que é a Cracolândia. Apesar de que, sim, eu estava em situação de vulnerabilidade. E estava em situação de uso abusivo de substâncias. E por isso eu pergunto ‘qual é o problema daquele vídeo?’ se eu tivesse na Cracolândia eu não mereceria mais amor?”.

Ela ainda lembrou como um áudio enviado por Fernanda Montenegro, quando estava internada na clínica, serviu para “acordá-la”.

Mesmo diante de qualquer exposição, Linn demonstra coragem e serenidade. De volta aos palcos e às telas — contracenando com Fernanda Montenegro no filme Vitória —, ela segue escrevendo, criando e reconstruindo sua vida. “Se hoje eu decido ficar e permanecer em casa, sóbria, lúcida, limpa, é por amor. E é assim que recrio sobre minha própria existência, em e por amor.”