BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após realizar um passeio de motos com centenas de apoiadores por Brasília, o presidente Jair Bolsonaro recebeu um grupo de amigos no Palácio da Alvorada neste domingo (9) para um churrasco de Dia das Mães.
Imagens do evento foram divulgadas nas redes sociais da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de outros participantes.
Em uma das fotos, parte do grupo —entre eles Michelle e a filha do casal presidencial, Laura— aparece na área da churrasqueira do Alvorada. Na imagem, os presentes não mantêm distanciamento nem usam máscara de proteção facial.
O profissional responsável pelo churrasco também publicou fotografias do evento em suas redes. Ele aparece em uma delas ao lado de Bolsonaro.
“Dia das mães com o nosso presidente Jair Bolsonaro”, escreveu o churrasqueiro.
Bolsonaro não compartilhou fotografias do churrasco em suas redes sociais.
Antes de receber o grupo na residência oficial, o presidente realizou um passeio de motocicleta por Brasília.
Ele mobilizou centenas de motoqueiros na manhã de domingo, o que provocou aglomeração de apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Ao final do passeio, Bolsonaro cumprimentou apoiadores ao lado da entrada da residência oficial, contrariando mais uma vez recomendações sanitárias para a contenção da Covid-19, que já matou mais de 420 mil brasileiros.
Bolsonaro afirmou que a caravana de motociclistas, que percorreu as principais vias do centro de Brasília por cerca de uma hora, era uma homenagem ao Dia das Mães. Ele disse ainda que espera fazer passeios semelhantes em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Nesta segunda-feira (10), Bolsonaro publicou um vídeo do passeio com os motoqueiros e disse que planeja ato semelhante no Rio de Janeiro no próximo dia 23.
Desde o início da disseminação do novo coronavírus, Bolsonaro tem falado e agido em confronto com as medidas de proteção, em especial a política de isolamento da população. O presidente já usou as palavras “histeria” e “fantasia” para classificar a reação da população e da imprensa à doença.
Além dos discursos, Bolsonaro assinou decretos para driblar decisões estaduais e municipais, manteve contato com pessoas na rua e vetou o uso obrigatório de máscaras em escolas, igrejas e presídios —medida que acabou derrubada pelo Congresso.
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No começo deste ano, quando os números já apontavam para novo avanço da Covid no país, Bolsonaro afirmou que o Brasil estava vivendo “um finalzinho de pandemia”.
Bolsonaro também distribuiu remédios ineficazes contra a doença, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas, espalhou informações falsas sobre a Covid e fez campanhas de desobediência a medidas de proteção, como o uso de máscaras.
Neste domingo, num discurso a apoiadores ao lado do ministro da Defesa, general Braga Netto, Bolsonaro voltou a usar a expressão “meu Exército” e disse que os militares não irão às ruas cumprir ordens de distanciamento social de prefeitos e governadores —o que nem está em discussão em estados e municípios.
“Tivemos problema gravíssimo no passado, algo que ninguém esperava, a pandemia. Mas aos poucos vamos vencendo. Podem ter certeza, como chefe supremo das Forças Armadas, jamais o meu Exército irá às ruas para mantê-los dentro de casa”, afirmou o presidente.