Motoboys e familiares do entregador Kelton Marques realizaram um protesto na tarde desta segunda-feira (26/5) no Retão de Manaíra, em João Pessoa, local onde o motoboy foi atropelado e morto em 2021. O ato teve como objetivo repudiar a decisão da Justiça que permitiu a soltura de Ruan Macário, condenado pela morte de Kelton.
Com faixas, cartazes e gritos por justiça, o grupo pediu que Ruan volte à prisão. Ele deixou o Presídio de Catolé do Rocha no início de maio, após ter a pena reclassificada e progredir para o regime semiaberto, com monitoramento por tornozeleira eletrônica.
A decisão judicial que permitiu a soltura de Ruan foi da magistrada Juliana Accioly Uchôa, que desclassificou o crime de homicídio qualificado para homicídio simples. Com isso, o caso deixou de ser considerado hediondo e o tempo necessário para progressão da pena caiu de 40% para 25%. Também foram considerados dias remidos por estudo, trabalho e bom comportamento.
A defesa de Kelton já informou que irá recorrer da decisão, buscando restabelecer a pena original de 13 anos e quatro meses de prisão, definida pelo júri popular em dezembro de 2023.
+ Receba as notícias do F5 Online no WhatsApp
Kelton Marques, de 33 anos, morreu após ser atingido por um carro em alta velocidade no cruzamento entre as avenidas Flávio Ribeiro e Mirian Barreto, no Retão de Manaíra, durante a madrugada de 11 de setembro de 2021. Ele voltava para casa após concluir entregas de trabalho.
O veículo que o atingiu era conduzido por Ruan Macário, que fugiu do local sem prestar socorro. O impacto da colisão foi tão forte que arremessou o corpo do motoboy, destruiu a motocicleta e chegou a derrubar o muro de um residencial.
No carro, a polícia encontrou latas de cerveja e substâncias entorpecentes. Ruan ficou foragido por cerca de 10 meses e se apresentou à polícia em julho de 2022, sendo preso preventivamente em seguida.
Kelton morava em Santa Rita e tinha duas filhas. Ele trabalhava como entregador de um restaurante e era muito querido pela categoria, que desde o início do caso tem cobrado justiça.