Em meio aos debates sobre a transição energética, o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado da Paraíba (Sindalcool-PB) destaca que a elevação do percentual de etanol anidro na gasolina, prevista na Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993), reduzirá a dependência brasileira da importação do combustível fóssil. A mudança, que amplia a mistura de 27% para até 35% de etanol, está em fase de testes pelo Instituto Mauá e deve impactar tanto a economia quanto o meio ambiente.
De acordo com o presidente executivo do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, a medida é um passo estratégico para fortalecer a autonomia energética do país e reduzir a dependência de importações de gasolina.
“ Diante das turbulências no cenário internacional, o Brasil escolheu a auto suficiência energética há cinquenta anos com o etanol. O aumento da mistura de anidro à gasolina é apoiada por toda indústria automobilística para a redução das emissões nocivas. O nosso País lidera a transição energética desde o campo. Existe capacidade de expansão prevista e em execução para ampliar ainda mais a oferta de etanol. Inclusive, com mais postos revendedores atuando na comercialização. O aumento da demanda por etanol se traduz nos números, cresceu 40% em 2024. Os ativos verdes estão sendo valorizados e atraem hoje novos investimentos, isso é bom, maior prosperidade em todos os municípios ”, disse o executivo.
De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a adoção do E30 (30% de etanol) evitaria a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano.
Já o E35 (35%) ampliaria esse benefício para 8,4 milhões de toneladas anuais. Do ponto de vista financeiro, a entidade calcula que o E30 permitiria ao país economizar 730 milhões de dólares de importações, passando para US$ 1,95 bilhão por ano que deixam de ser importados com E35, conforme informações da Unica divulgadas pelo Estadão Conteúdo.
Os números coincidem com a tendência de mercado apresentada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em 2024, o consumo de gasolina C recuou 4%, para 44,19 bilhões de litros, enquanto as vendas de etanol hidratado cresceram 33,4%, atingindo 21,66 bilhões de litros. Os dados foram apresentados pela ANP neste mês de fevereiro no Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2025 (ano base 2024).
A adição do etanol anidro na gasolina é obrigatória e apresenta vantagens para o consumidor. De acordo com a ANP, os principais benefícios do anidro são o aumento da octanagem da gasolina — o que permite que o motor tenha mais potência–, o aumento da lubrificação do veículo e a redução da emissão de poluentes na atmosfera.
Só em 2024, o etanol anidro evitou a emissão de 1.666.013,9 toneladas de CO₂ na Paraíba. Já o consumo de etanol hidratado em território paraibano teria evitado 489 mil de toneladas de CO₂.
O Sindalcool-PB também destaca que o etanol, seja hidratado ou anidro, é renovável, sustentável e limpo. Quando o biocombustível substitui a gasolina, gera 90% menos de emissão deCO2, o que torna o ar mais limpo e dá mais qualidade de vida.