A balança comercial do Brasil apresentou um superávit de US$ 3 bilhões em setembro, uma redução de 41% em relação ao saldo de US$ 5,1 bilhões registrado no mesmo mês de 2022. Este é o segundo mês consecutivo em que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afeta as exportações brasileiras.
As vendas para os EUA caíram 20,3%, passando de US$ 3,23 bilhões em setembro do ano passado para US$ 2,58 bilhões neste ano. Em contrapartida, as importações de produtos norte-americanos aumentaram 14,3%, de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões. Como resultado, o saldo comercial com os Estados Unidos ficou deficitário em US$ 1,77 bilhão, marcando o nono mês consecutivo de déficit e o maior registrado em 2023.
O déficit comercial indica que o Brasil importou mais produtos americanos do que exportou, o que representa um cenário desfavorável para a economia nacional. O último superávit registrado nas transações com os EUA foi em dezembro do ano passado, totalizando US$ 468 milhões.
No acumulado de 2023, as exportações para os Estados Unidos estão praticamente estáveis, somando US$ 29,3 bilhões, enquanto as importações cresceram quase 12%, alcançando US$ 34,3 bilhões. O tarifaço de Trump, que começou em agosto, impôs sobretaxas de até 50% sobre cerca de 35% das vendas externas ao país.
A balança comercial do Brasil também registrou um superávit de US$ 45,5 bilhões de janeiro a setembro, uma queda de 22,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento das importações, que cresceram 8,2%, e a modesta alta de 1,1% nas exportações, que totalizaram US$ 257,8 bilhões, contribuíram para esse resultado.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) revisou suas projeções para a balança comercial de 2025, agora estimando um superávit de US$ 60,9 bilhões. A queda no superávit de setembro também foi influenciada pela importação de uma plataforma de petróleo de US$ 2,4 bilhões de Singapura, que elevou significativamente o valor das importações no mês.