O relatório do Banco Mundial “Emprego em Crise: Trajetória para Melhores Empregos na América Latina Pós-Covid-19” alerta que os efeitos da pandemia da Covid-19 podem afetar, por até nove anos, os salários dos trabalhadores médios do país. Algumas regiões costumam levar “muitos anos” para se recuperar quando há perda de emprego em crises econômicas.
“No Brasil e no Equador, embora os trabalhadores com ensino superior não sofram os impactos de uma crise em termos salariais e sofram apenas impactos de curta duração em matéria de emprego, os efeitos sobre o emprego e os salários do trabalhador médio ainda perduram nove anos após o início da crise”, diz o relatório.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril e se manteve em patamar recorde, atingindo 14,8 milhões de pessoas.
O Banco Mundial afirma que a crise causada pela pandemia deve provocar cicatrizes intensas nos trabalhadores menos qualificados, isto é, segundo o banco, aqueles profissionais que não possuem o ensino superior completo.
De acordo com o banco, os trabalhadores informais estão mais desprotegidos dos efeitos da crise econômica e, portanto, têm maior probabilidade de perder o emprego, independentemente de suas qualificações. Por outro lado, o relatório afirma que os trabalhadores com nível superior não devem ser afetados pela crise salarial.
Ainda de acordo com a instituição, as taxas de desemprego e informalidade devem permanecer altas durante anos, embora o impacto não seja tão elevado no valor dos salários.
Isso porque os trabalhadores mais jovens que ingressam no mercado de trabalho têm um início de carreira pior, do qual não conseguem se recuperar.
Para o banco, as perdas de emprego são mais duradouras para empregados com carteira assinada de locais com setores de serviço menores; menor número de empresas de grande porte; e setores primários maiores — como agricultura, pecuária, pesca e extrativismo mineral.
Fonte: G1