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Bebê nasce dentro de carro de transporte por aplicativo durante parto considerado raro, em João Pessoa
24/10/2024 / 18:21
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Profissionais da Maternidade do Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER) realizaram, nesta quinta-feira (24), um parto diferente: dentro de um carro de aplicativo, no estacionamento da unidade hospitalar. Uma mãe iniciou o trabalho de parto ainda dentro do carro e já sentiu os pés do bebê antes da chegada à Maternidade, o que indicava ser um parto pélvico, tipo raro em que as nádegas ou os pés saem primeiro do que a cabeça. A diligência de um trabalho de equipe entre Urgência e profissionais da Maternidade garantiram a vida da mãe e do bebê, que nasceu sem chorar e sem respirar, mas já está sendo amamentado nos braços de sua genitora. 

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Grávida do segundo filho, Gael, a dona de casa Janaína da Silva começou a sentir as contrações que antecipam o parto na manhã desta quinta-feira (24). Rapidamente, chamou um carro de aplicativo, mas no meio do caminho a bolsa estourou, o que a deixou bem assustada. “Já estávamos perto da Maternidade, mas eu já fiquei desesperada porque senti os pezinhos do meu filho. Quando chegamos, o motorista chamou os maqueiros e as pessoas vieram nos atender”, contou. 

O médico obstetra Welano Guedes contou que estava no repouso quando foi chamado de urgência. A equipe de Enfermagem já tinha levado para o carro materiais como luvas, bandeja, pinça e tesoura para cortar o cordão umbilical, o que facilitou o trabalho. “Me prontifiquei a fazer a manobra para tirar a cabeça da criança. Primeiro saiu a nádega, depois o tronco e, por fim, a cabeça. O parto pélvico é um pouco mais difícil e complicado porque o bebê está em uma posição contrária à habitual”, afirmou.

Welano Guedes ressaltou que esse foi seu primeiro parto pélvico dentro de um carro. “Eu já tinha feito partos cefálicos (parto normal, em que o bebê está virado para baixo) dentro de carro e ambulância, mas dessa maneira não”, comentou.

Após a realização do parto, o pequeno Gael foi levado às pressas à Maternidade para receber os procedimentos de reanimação neonatal. Segundo a pediatra que o atendeu, Klecida Rodrigues, o bebê estava sem respirar e sem reação. “Após as manobras de reanimação, ele foi entubado, mas respondeu bem e, no décimo minuto de vida, foi extubado”, relatou a médica.

Ela destacou a importância do trabalho da pediatria na sala de parto de uma maternidade. “Cada minuto conta no atendimento a um recém-nascido. Se for necessária a realização de alguma manobra para que ele volte a respirar, cada instante conta muito para o desenvolvimento cerebral. Uma demora pode gerar danos futuros e comprometer o restante de sua vida”, frisou. 

De acordo com Klecida Rodrigues, Gael ficou duas horas em observação respirando por meio de um CPAP nasal (equipamento que emite fluxo de ar nas vias aéreas), até ser levado à sua mãe, com a constatação de que estava com saturação, frequência cardíaca e respiração dentro dos níveis de normalidade. Janaína da Silva disse estar muito agradecida a todos os profissionais envolvidos no atendimento do parto e pós-parto. “Meu filho está bem e saudável, graças a Deus!”, exclamou.