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Bica segue fechada uma semana após morte de jovem e reforça segurança para reabertura
07/12/2025 / 09:25
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Gerson de Melo Machado morreu após entrar no recinto da leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa – Imagem: Reprodução

Uma semana após a morte do jovem Gerson de Melo Machado, de 19 anos, ao entrar no recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, permanece fechada para visitação. O espaço passa por uma revisão geral dos protocolos de segurança e ainda não tem data de reabertura confirmada, mas a previsão da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) é que o retorno ocorra nos próximos dez dias, com controle de público.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Welison Silveira, o zoológico vai receber novas câmeras de monitoramento com inteligência artificial e terá reforço na circulação de agentes ambientais. Também haverá ações de educação ambiental, orientação aos visitantes e treinamento adicional para os servidores, incluindo protocolos de emergência.

Silveira explica que o recinto da leoa Leona já atende às normas técnicas, com cerca de sete metros de altura — seis de muro e um metro de mureta inclinada — além de câmeras e vigilância presencial. Mesmo assim, novas medidas preventivas serão incorporadas, como triagem na entrada, placas reforçadas e estruturas de proteção adicionais.

A Polícia Civil afirma que não identificou falhas de segurança no local e classifica o caso como um fato isolado. Exames periciais foram realizados no recinto e no corpo do jovem, e as imagens das câmeras de segurança foram requisitadas para análise. Já o Ministério Público da Paraíba acompanha o caso por meio de dois procedimentos: um sobre as medidas adotadas pelos órgãos da administração municipal após a morte e outro sobre possíveis irregularidades ambientais, este último sem relação direta com o incidente.

Reabertura terá limite de visitantes

Com a grande expectativa do público para revisitar o local, especialmente o recinto da leoa, a Semam anunciou que adotará limite diário de visitantes na reabertura. “A prioridade é garantir o bem-estar dos animais e a segurança dos funcionários e do público”, disse Silveira.

O ataque

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que Gerson escala a estrutura do recinto e usa uma árvore interna como apoio antes de entrar no espaço onde estava a leoa. Ele é atacado logo em seguida e morre em decorrência dos ferimentos.

Quem era o jovem

Gerson de Melo Machado tinha esquizofrenia e não recebia acompanhamento psicológico contínuo. Ele já havia sido internado em unidade psiquiátrica, tinha histórico de passagem pelo sistema prisional e vinha de uma família marcada por transtornos mentais. Após completar 18 anos, deixou a instituição de acolhimento e passou a viver sem suporte familiar direto.

A conselheira tutelar Verônica Oliveira relata que a mãe do jovem havia sido destituída do poder familiar por também ter esquizofrenia, enquanto o pai era ausente. As avós possuem transtornos mentais, e quatro irmãos foram adotados. Gerson nunca foi adotado.

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