
Uma semana após a morte do jovem Gerson de Melo Machado, de 19 anos, ao entrar no recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, permanece fechada para visitação. O espaço passa por uma revisão geral dos protocolos de segurança e ainda não tem data de reabertura confirmada, mas a previsão da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) é que o retorno ocorra nos próximos dez dias, com controle de público.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Welison Silveira, o zoológico vai receber novas câmeras de monitoramento com inteligência artificial e terá reforço na circulação de agentes ambientais. Também haverá ações de educação ambiental, orientação aos visitantes e treinamento adicional para os servidores, incluindo protocolos de emergência.
Silveira explica que o recinto da leoa Leona já atende às normas técnicas, com cerca de sete metros de altura — seis de muro e um metro de mureta inclinada — além de câmeras e vigilância presencial. Mesmo assim, novas medidas preventivas serão incorporadas, como triagem na entrada, placas reforçadas e estruturas de proteção adicionais.
A Polícia Civil afirma que não identificou falhas de segurança no local e classifica o caso como um fato isolado. Exames periciais foram realizados no recinto e no corpo do jovem, e as imagens das câmeras de segurança foram requisitadas para análise. Já o Ministério Público da Paraíba acompanha o caso por meio de dois procedimentos: um sobre as medidas adotadas pelos órgãos da administração municipal após a morte e outro sobre possíveis irregularidades ambientais, este último sem relação direta com o incidente.
Com a grande expectativa do público para revisitar o local, especialmente o recinto da leoa, a Semam anunciou que adotará limite diário de visitantes na reabertura. “A prioridade é garantir o bem-estar dos animais e a segurança dos funcionários e do público”, disse Silveira.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que Gerson escala a estrutura do recinto e usa uma árvore interna como apoio antes de entrar no espaço onde estava a leoa. Ele é atacado logo em seguida e morre em decorrência dos ferimentos.
Gerson de Melo Machado tinha esquizofrenia e não recebia acompanhamento psicológico contínuo. Ele já havia sido internado em unidade psiquiátrica, tinha histórico de passagem pelo sistema prisional e vinha de uma família marcada por transtornos mentais. Após completar 18 anos, deixou a instituição de acolhimento e passou a viver sem suporte familiar direto.
A conselheira tutelar Verônica Oliveira relata que a mãe do jovem havia sido destituída do poder familiar por também ter esquizofrenia, enquanto o pai era ausente. As avós possuem transtornos mentais, e quatro irmãos foram adotados. Gerson nunca foi adotado.