A Braiscompany registrou em seu balanço contábil de 2022 que possuía R$ 774 milhões no setor de locação de criptoativos, que a empresa suspeita de ser pirâmide financeira alardeava ser negócio principal. Isso leva a crer que essa é a quantia de dinheiro de clientes que estava sob a posse dos fundadores da empresa Antonio Neto Ais e Fabrícia Campos — hoje considerados foragidos.
Os dados são da própria Braiscompany e foram entregues no curso do inquérito civil aberto pelo Ministério Público contra a companhia.
O balanço apresentado pela Braiscompany afirma que esse valor de R$ 774 milhões em 2022 está dentro de “Contas de Compensação”, em uma área chamada “Contratos de Locação” e “Locação de Criptoativos”.
A Braiscompany, empresa suspeita de criar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas que movimentou R$ 1,5 bilhão, foi alvo de uma operação da Polícia Federal na última quinta-feira (16).
A PF realizou buscas e apreensões na sede da Braiscompany em João Pessoa e Campina Grande na Paraíba, e em São Paulo, bem como sequestro de bens e a determinação da suspensão parcial das atividades da Braiscompany.
Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, o casal que criou a empresa, foram alvos de mandados de prisão temporária, mas não foram encontrados e seguem foragidos.
Na sexta-feira (17), o juiz Carlos Eduardo Leite Lisboa, do Tribunal de Justiça (TJ) da Paraíba, concedeu bloqueio de R$ 45 milhões dos bens e dos automóveis registrados em nome da companhia, embora não tenha autorizado o arresto destes bens.
O juiz, porém, negou o bloqueio de transações feitas pela Braiscompany junto à diversas exchanges de criptomoedas, como Binance, Coinbase e Kraken, por exemplo.
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