Parlamentares e líderes do MDB estiveram reunidos com o ex-presidente Lula (PT) na noite desta segunda-feira (11), em Brasília, e aproveitaram a oportunidade para sinalizar que podem tentar barrar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência.
Para a ala emedebista, a sigla não pode repetir o mesmo cenário de 2018, quando o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles representou o partido nas eleições presidenciais e terminou o pleito com 1,2% dos votos.
“Há uma tendência natural de não irmos novamente para um suicídio político. Nós fomos de (Henrique) Meirelles em 2018 quando nós sabíamos que ele não tinha a menor condição eleitoral”, afirmou o ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que recepcionou os políticos em um jantar na sua casa.
Colega de Tebet no partido, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem sido um dos nomes dentro do MDB que resistem a candidatura da parlamentar. No cenário de polarização indicado pelas pesquisas recentes, diz Calheiros, não haveria espaço para Tebet crescer e se destacar. Para ele, nem a união de MDB, União Brasil e PSDB, que anunciaram que divulgarão o nome de uma candidatura única em maio, teria potencial para alterar a situação.
“Se você somar quem tem 1% com quem tem 2%, não vai alterar a fotografia das pesquisas. É somar nada com pouca coisa”, disse.
Em uma tentativa de se contrapor ao jantar entre emedebistas com Lula, Simone Tebet se reuniu em São Paulo, nesta segunda-feira (11), com dois caciques da sigla: o ex-presidente Michel Temer e o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi. O encontro aconteceu no escritório de Temer.
Pouco conhecida da grande massa de eleitores, Tebet se empenha para viabilizar seu nome enquanto enfrenta resistência de nomes dentro do próprio partido, que tentam barrá-la da disputa para que a sigla possa compor a aliança com Lula.
O apoio do MDB ao petista é defendido principalmente por caciques da região Nordeste. Dos 13 senadores da legenda, cinco estiveram com o petista no jantar desta segunda-feira, entre eles o pré-candidato ao governo da Paraíba, Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que apoia a pré-candidatura de Lula.
Pelas regras da Justiça Eleitoral, um candidato precisa ter aval da maioria do partido para poder concorrer. “Se não for uma candidatura viável, não tenho dúvidas que os diretórios vão derrubar na convenção”, afirmou Eunício Oliveira (MDB-CE). Segundo ele, 14 dos 27 diretórios regionais da sigla são contrários à candidatura própria.
Da Redação com informações do jornal O Globo