Em março de 2020, quando o coronavírus sacudiu o mundo e mudou a rotina de muita gente muitas empresas tiveram que do dia para a noite despacharem seus funcionários para casa.
As grandes plataformas de tecnologia foram as primeiras a adotarem o sistema remoto de trabalho, justamente pela vantagem de já terem, na essência de sua atividade, o meio digital. Na Paraíba, não foi diferente.
Esta semana, quando dois anos depois, o governo da Paraíba editou decreto liberando o uso de máscaras, os escritórios dessas empresas – bem como de boa parte de outras tantas – não foram mais os mesmos.
As transformações na forma como os funcionários vêm desempenhando suas funções e as novas rotinas que o home office acabou trazendo para a vida das pessoas fez com que as empresas repensassem não apenas o que esperam de suas equipes mas o próprio espaço oferecido nas sedes de trabalho.
Nesses primeiros momentos, em muitos desses escritórios de trabalho, a presença dos funcionários é voluntária e limitada há alguns dias da semana. E aquela rotina anterior, de jornadas presenciais de segunda à sexta-feira, dificilmente retornará.
A Vsoft, empresa de tecnologia líder em identificação de pessoas e processos com sede em João Pessoa e São Paulo já vinha abrindo as portas desde o ano passado. Nesse período, só precisavam trabalhar presencialmente os funcionários que se sentiam confortáveis com a antiga rotina presencial.
“Entendemos que a decisão de onde as pessoas trabalham e se elas se sentem confortáveis para se deslocar deve ser delas”, diz Daniel Targino, Co-Presidente da empresa.
Ele afirma que a forma encontrada nesse período de adaptação foi oferecer conforto e segurança, entendendo que com o retorno das atividades presenciais o trabalho híbrido tente a permanecer.
Com colaboradores em várias partes do Brasil, a Vsoft montou um plano de contingência para atender às demandas dos funcionários nesse novo momento.
Renato Rodrigues, presidente da SoftCom, conta que se adaptou fácil ao trabalho home office, pois a empresa já havia simulado cenários de trabalho híbrido muito antes da pandemia da Covid-19 chegar, com colaboradores atuando em home office.
“Isso fez com que nossa a nossa adequação fosse muito rápida, nós já tínhamos tecnologia para atuação em home, nós já tínhamos processos bem definidos e indicadores que também facilitaram e, claro, uma equipe bem treinada. Então esses elementos nos deram uma adequação muito rápida a esse novo modelo de trabalho”, concluiu.
Sobre o futuro
Presidentes de empresas ouvidas nesta reportagem, projetam que as relações de trabalho mudarão nos próximos anos e passarão por uma fase de transformação significativa. Eles acreditam que a tendência para o futuro seja a manutenção do trabalho híbrido e, em alguns casos, até mesmo a adoção total do trabalho remoto.
Daniel Targino acredita que uma jornada mais digital e automatizada pode se consolidar. “Vamos ter que construir juntos esse novo modelo. O escritório vai ser cada vez mais um espaço de encontro para grande parte dos colaboradores. Não importa o modelo que seja adotado, o importante é termos ferramentas para conectar as pessoas e permitir que o trabalho possa fluir.