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Caos federal: porque o Governo Digital pode se tornar próximo campo de batalha
10/01/2023 / 08:47
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O mundo assistiu no domingo (08.01) ao transbordo da inconsequência e do extremismo em Brasília. Invasões ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro resultaram em vandalismo e depredação generalizada, gerando estarrecimento em toda a sociedade.

Resultando em danos materiais vultosos e denúncias de roubo de documentos e patrimônio público, a ação delinquente denotou omissão, ou eventualmente conivência, por parte de forças de segurança, servidores públicos e autoridades que deveriam ter atuado na sua prevenção. A absurda tentativa de golpe de estado presenciada na capital federal foi repudiada por lideranças de todo o planeta.

A recuperação das capacidades comprometidas levará tempo, e pressupõe alcançar patamares bem mais consistentes contra futuras agressões semelhantes, tanto em relação às estruturas físicas, quanto aos processos e normativos legais que ampliarão a segurança dos três Poderes da República brasileira.

O governo digital em risco

Convergindo com a tendência global de transformação digital, as instituições do Governo Brasileiro atuaram nas últimas décadas implementando estruturas de atendimento online aos cidadãos e gestão de processos públicos em plataformas cibernéticas. Os sistemas consolidados representam um complexo ecossistema de dados, transações e serviços online inquestionavelmente crucial à funcionalidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Temos hoje, portanto, um arcabouço tecnológico cobrindo todas as áreas temáticas e pessoas físicas e jurídicas do Brasil, que confere às instituições públicas um grau de produtividade, transparência e resolutividade de demandas da sociedade impossível de se alcançar sem o emprego de meios digitais.

E assim coloca-se a questão chave: o que ocorreria com a própria funcionalidade orgânica do país, caso a mesma agressividade terrorista vivida na Praça dos Três Poderes fosse aplicada por agentes maliciosos na direção de inviabilizar em parte ou no todo o ecossistema de Governo Eletrônico do Brasil?

Prontidão cibernética

A ameaça trazida por forças extremamente preparadas para infligir ataques ao Governo Eletrônico brasileiro é real e iminente. Partindo da premissa lamentavelmente possível de que indivíduos conhecedores de diversos aparatos digitais, senhas, arquiteturas e bases de dados internos aos órgãos federais estejam hoje estimulados a colaborar com o caos nacional, urge a aplicação de medidas de segurança digital e de prontidão cibernética para a prevenção de tais desastres com prioridade ainda maior que em outros momentos.

Incidentes recentes, como os que derrubaram sistemas no Ministério da Saúde e Datasus, no SEBRAE Nacional, ou na Câmara dos Deputados, nos propiciam imaginar os possíveis transtornos resultantes da manipulação ou inviabilização de bases de dados e infraestruturas digitais críticas, como as do Banco Central, da Polícia Federal, dos Tribunais Superiores ou das casas Legislativas. Tais eventos acarretariam crises financeiras, comerciais, logísticas e de segurança da vida em ordem de magnitude extremamente severa.

Para tranquilização dos atuais gestores, mecanismos metodológicos e tecnológicos disponíveis hoje no mercado brasileiro são capazes de prover o necessário suporte na direção da detecção de vulnerabilidades, identificação de ameaças e mitigação de riscos de forma preventiva, antes que enfrentemos no domínio cibernético danos semelhantes aos que presenciamos fisicamente na principal Praça Pública de nosso país.

Com informações de Epicentor