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CASO PATRÍCIA ROBERTA: Movimento de mulheres realizará manifestação em memória da jovem
28/04/2021 / 16:55
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O Movimento de Mulheres Olga Benário realizará na próxima quinta-feira (29), uma manifestação em busca de justiça por Patrícia Roberta, de 22 anos, que foi vítima de feminicídio em um bairro da zona sul de João Pessoa. 

O protesto está programado para às 15 horas, no Parque da Lagoa, Centro da capital paraibana. 

A manifestação será realizada na Lagoa às 15h. Foto: Reprodução/ Olga Benário

Para Vitória Ohara, representante do movimento e organizadora, essa manifestação é um ato simbólico em memória a vida de Patrícia Roberta e todas as mulheres que tiveram suas vidas encerradas por atos de violência doméstica.

O mês de março de 2021, data em que o movimento completou 10 anos de existência e mês da mulher, foi a época que mais tiveram casos de feminicídios, ao todo oito mulheres foram assassinadas.

Entenda o caso Patrícia Roberta por ordem cronológica:

Patrícia Roberta, de 22 anos, veio de Caruaru a João Pessoa, na sexta-feira (23) para ficar no apartamento de Jonathan Henrique, no bairro de Gramame. Patrícia e Jonathan eram amigos há cerca de 10 anos e conversavam constantemente.

Imagens de celular apontam que, no sábado (24), Jonathan deixou a jovem trancada o dia inteiro no apartamento. Jonathan e a namorada estariam em Mangabeira. 

Mensagens entre Patrícia e mãe antes do desaparecimento. Foto: Reprodução

Mensagens entre Patrícia e mãe antes do desaparecimento. Foto: Reprodução

Depois de trocar mensagens com a mãe, no domingo (25), Patrícia não entrou mais em contato com ninguém.

Na madrugada da terça-feira (27), vizinhos de Jonathan entraram em contato com a Polícia, após terem visto o rapaz saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão.

A polícia encontrou, em terrenos do bairro de Gramame, o carrinho de mão usado por Jonathan e um tonel de lixo com roupas que seriam de Patrícia. No apartamento do jovem, foram encontrados uma lista com nomes de mulheres, um altar com livros de magia e “escritos perturbadores”. 

Em um dos escritos de Jonathan, teriam coisas como “à noite eu saio pra matar” e “eu sou um cara mau e você é uma garota boa”. Nas redes sociais, o jovem fez uma publicação informando que não tinha nenhuma relação com o desaparecimento de Patrícia. 

Vizinhos, pais de Patrícia e o pai de Jonathan prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios de João Pessoa. 

O corpo de Patrícia Roberta foi encontrado na tarde de terça-feira (27) em uma mata no conjunto Novo Geisel, em João Pessoa. 

De acordo com a Polícia Militar, o corpo estava amarrado em um plástico, totalmente coberto, na área de mata. Um parente foi até o local e identificou Patrícia por uma tatuagem.

À noite, a Polícia prendeu o suspeito de envolvimento no homicídio e ocultação de cadáver da jovem. 

A localização do suspeito aconteceu após intensas buscas das Forças de Segurança durante todo o dia na região da zona sul da capital.

Jonathan Henrique foi achado na casa de um amigo, no bairro de Mangabeira III. No local, a PM encontrou a motocicleta que pode ter sido usada pelo suspeito para transportar o corpo da vítima durante a madrugada de terça-feira, cuja ação foi captada por câmeras de segurança.

Nesta quarta-feira (28), mais informações sobre o caso foram divulgadas. 

Jonathan preferiu não se pronunciar, por enquanto, ele é o único suspeito do crime e a polícia vai investigar se o feminicídio foi premeditado.

A audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (28) determinou que Jonathan vá pro presídio do Roger, em João Pessoa, após quarentena na Central de Polícia.

A causa da morte de Patrícia ainda não foi desvendada. A perícia congelou o corpo da jovem para facilitar a análise, devido ao estado de decomposição. Foram solicitados exames sexológico e toxicológico. 

A lista com nomes de mulheres que foi encontrada no apartamento de Jonathan segue sob investigação. Entre os nomes, estavam o de Patrícia Roberta e também da namorada dele.

A perícia também deve traçar um perfil psicológico de Jonathan com base em materiais encontrados no apartamento dele.

De acordo com a polícia, Jonathan tem histórico de cometer atos infracionais análogos aos crimes de furto e ameaça.