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Cinema nacional: Conheça os filmes indicados ao Oscar
05/12/2022 / 09:29
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 No Oscar, apesar de ainda não ter conquistado a estatueta, nosso país marcou presença em diversas edições e recebeu algumas indicações ao longo dos anos.

 

O Brasil possuiu uma história de décadas com a maior premiação da indústria cinematográfica. Longas marcantes como Central do Brasil, Cidade de Deus e O Menino e O Mundo já representaram nossa nação e foram essenciais para que o cinema nacional ganhasse reconhecimento lá fora.

 

Neste artigo, explicamos melhor essa relação de longa data entre nosso país e o Oscar, e listamos os filmes que concorreram a estatueta mais desejada das artes.

História do Brasil na maior premiação do cinema mundial

A trajetória do Brasil no Oscar começou há muitos anos, mais precisamente, em 1945, quando a composição “Rio de Janeiro”, de Ary Barroso, foi indicada como melhor canção pelo filme norte-americano “Brazil”. No entanto, quem ganhou a estatueta foi a música “Going My Way”, do filme “O Bom Pastor” e, depois dessa participação, o Brasil só retornou à premiação 15 anos depois, com o filme “Orfeu Negro”.

 

Baseado na peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, a obra ganhou o troféu de melhor filme estrangeiro em 1960, tornando-se a primeira produção em língua portuguesa a conquistar o título. Mas, apesar disso, a conquista não contou para o Brasil, uma vez que o longa concorreu como representante da França (a produção foi feita pelos dois países e pela Itália).

 

Assim, a primeira obra que representou, de fato, o nosso país foi “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, em 1963. Na época, ele disputou o troféu na categoria que hoje é chamada de Filme Internacional, porém, perdeu para o longa-metragem francês “Sempre aos Domingos”.

 

Décadas mais tarde, nos anos 90, o cinema nacional marcou presença novamente no Oscar, com três indicações na mesma categoria: “O Quatrilho”, de Fábio Barreto (1996), “O Que É Isso, Companheiro?”, de Bruno Barreto (1998) e “Central do Brasil”, de Walter Salles (1999). Ambos saíram derrotados.

 

Entretanto, o Brasil voltou a ser representado na premiação nos anos 2001, 2004, 2005, 2011, 2015 e 2016, com as obras “Uma História de Futebol”, “Cidade de Deus”, “Diários de Motocicleta”, “Lixo Extraordinário”, “O Sal da Terra” e “O Menino e O Mundo”, respectivamente, sobre as quais falaremos mais adiante.

Filmes nacionais indicados ao Oscar

Embora ainda não tenha levado a estatueta para casa, o Brasil coleciona indicações emocionantes e muito significativas no Oscar. Algumas já foram mencionadas neste artigo, outras, ainda não. Mas, abaixo, listamos os filmes brasileiros que já estiveram na premiação e representaram o cinema nacional em outros países afora.

Orfeu Negro (1960)

Orfeu Negro é um filme ítalo-franco-brasileiro de 1959, que narra o romance trágico entre Eurídice e Orfeu, inspirado no mito grego. Na versão indicada ao Oscar, o casal se conhece durante o carnaval do Rio de Janeiro e constrói um amor acompanhado de perto pela morte. Quando a jovem morre, Orfeu vai até o inferno para buscá-la e salvar a sua grande paixão.

 

O longa ítalo-franco-brasileiro, dirigido por Marcel Camus e com roteiro adaptado por Camus e Jacques Viot, venceu a premiação de Melhor Filme Estrangeiro em 1960, representando apenas a França, apesar de retratar o Brasil e ser falado no nosso idioma.

O Pagador de Promessas (1963)

Desta vez, disputando propriamente pelo país na categoria de Melhor Filme Internacional, “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, fez história em 1963.

 

Após uma aclamada recepção no Festival de Cannes, onde recebeu a Palma de Ouro, prêmio mais importante da competição, a obra chegou com grande prestígio ao Oscar. Contudo, perdeu para o francês “Sempre aos Domingos”, de Serge Bourguignon.

 

No filme, Zé do Burro é um homem humilde que enfrenta a Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de candomblé de carregar uma cruz pesada por um longo percurso, até a igreja de Santa Bárbara. Porém, sua jornada se torna um pesadelo.

O Quatrilho (1996)

O segundo filme com produção exclusiva brasileira a ocupar um lugar entre os indicados na premiação foi “O Quatrilho”, de Fábio Barreto. 

 

A trama gira em torno de dois casais que dividem a mesma casa, mas, com o tempo, uma das esposas se interessa pelo marido da outra e ambos decidem fugir para recomeçar uma nova vida, deixando para trás seus antigos parceiros.

 

O longa, ambientado em 1910, em uma comunidade rural de imigrantes italianos no Rio Grande do Sul, perdeu a disputa para “A Excêntrica Família de Antônia”, dirigido por Marleen Gorris, representante da Holanda.

O Que É Isso, Companheiro? (1998)

Baseado no livro homônimo do jornalista Fernando Gabeira, “O Que É Isso, Companheiro?” rodou o mundo e chegou no Oscar em 1998. Assim como em “O Quadrilho”, a produção dirigida por Bruno Barreto disputou a categoria de Melhor Filme Internacional, mas, novamente, perdeu para uma obra holandesa, intitulada “Caráter”, de Mike van Diem.

 

Estrelado por Pedro Cardoso e Selton Mello, o filme narra a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por guerrilheiros da esquerda Ação Libertadora Nacional e MR-8, que lutavam em setembro de 1969 contra o regime militar.

Central do Brasil (1999)

“Central do Brasil” talvez seja um dos filmes brasileiros mais lembrados pelo público na corrida pela Oscar. Dirigida por Walter Salles, a obra concorreu em 1999 nas categorias Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, após a atuação de Fernanda Montenegro no papel da professora Dora.

 

No longa, a sua personagem trabalha como escritora de cartas para pessoas analfabetas na Estação do Brasil, no Rio de Janeiro. Ela ajuda Josué, um garoto que perdeu a mãe, a encontrar o pai no Nordeste.

 

Apesar de ovacionado e de ter conquistado vários prêmios na época do lançamento, o título, coproduzido entre Brasil e França, foi desbancado por “A Vida É Bela”, de Roberto Benigni, enquanto Gwyneth Paltrow levou a estatueta de Melhor Atriz no lugar da artista brasileira. Mas, ainda assim, ele se tornou um legado importante para o cinema nacional.

Uma História de Futebol (2001)

O Brasil também já concorreu ao Oscar de Melhor Curta-Metragem, com “Uma História de Futebol”, sua primeira indicação na década de 2000. Produzido e dirigido por Paulo Machine, a obra conta, de forma ficcionalizada, passagens da infância do rei Pelé, narradas por um amigo do atleta nessa fase da vida.

 

No fim, quem levou a estatueta foi “Quiero Ser”, de Florian Gallenberger, mas a produção brasileira inspirou um livro infantil de mesmo nome, escrito por José Roberto Torero.                                  

Cidade de Deus (2004)

O filme brasileiro com maior número de indicações é, sem dúvidas, “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles. Em 2004, ele foi indicado para as categorias: Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia. 

 

Infelizmente, a película não levou nenhuma das quatro estatuetas, diante do estrondoso sucesso de “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” que, na época, foi indicado em 11 categorias e levou o prêmio em todas.

Contudo, a obra, que acompanha o drama de Buscapé, um jovem pobre, negro e morador da favela Cidade de Deus, que se desvia do mundo do crime pelo seu talento como fotógrafo, abriu as portas de Hollywood para o cineasta brasileiro.

Lixo Extraordinário (2011)

Já em 2011, nosso país surge na lista de indicados a partir de um documentário que registra o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz, no Jardim Gamacho, maior aterro sanitário da América Latina, localizado no Rio de Janeiro.

 

A obra, co-produzida entre Brasil, França e Itália, mostra a produção de obras de arte com materiais coletados no local, além dos retratos dos trabalhadores. No Oscar, acabou perdendo a estatueta para “Inside Job”, Charles Ferguson e Audrey Marrs.

O Sal da Terra (2015)

Na categoria Melhor Documentário, o país voltou aos holofotes da premiação em 2015, com o lançamento de “O Sal da Terra”, dirigido pelo alemão Wim Wenders, em parceria com o brasileiro Juliano Ribeiro.

 

Retratando a trajetória do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, a obra perdeu a vitória para “Citizenfour”, de Laura Poitras.

O Menino e o Mundo (2016)

Em 2016, o país chega à Academia com uma animação emocionante de Alê Abreu, intitulada “O Menino e o Mundo”. A trama mostra um menino que mora com a família em uma pequena cidade do interior, até que seu pai sai de casa em busca de emprego na cidade grande, deixando-o triste e angustiado. Assim, Cuca parte em uma aventura a procura do pai mas, para sua surpresa, ele se depara com uma sociedade pobre e infeliz.

 

O longa, apesar de ganhar o Annie Awards, uma premiação voltada para a indústria da animação no cinema, perdeu o Oscar para “Divertida Mente”, de Peter Docter e Jonas Rivera.

Democracia em Vertigem (2020)

A diretora Petra Costa conseguiu levar a história brasileira ao Oscar de 2020 com o documentário político “Democracia em Vertigem”.

 

A obra retrata os bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o julgamento do seu antecessor, Lula, a ascensão da extrema-direita com a eleição de Jair Bolsonaro e a crise política-econômica do Brasil.

 

Na premiação, ela foi um dos grandes destaques, mas acabou superada pelo documentário “American Factory”, de Julia Reichert e Steven Bognar.

 

Oscar 2023: filmes nacionais pré-selecionados

A 95ª edição do Oscar só acontecerá em março de 2023, porém, a corrida pela estatueta mais cobiçada das artes já começou. 

 

Em agosto de 2022, a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais divulgou a lista dos longas-metragens pré-selecionados para concorrer a vaga na categoria de Melhor Filme Internacional. Dos 28 filmes inscritos, os selecionados foram:

 

  • “A Mãe”, de Cristiano Burlan;
  • “A Viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky;
  • “Marte Um”, de Gabriel Martins;
  • “Paloma”, de Marcelo Gomes;
  • “Pacificado”, de Paxton Winters;
  • “Carvão”, de Carolina Markowicz.

 

A votação para escolher qual deles representará o nosso país na premiação foi realizada em setembro. No entanto, a divulgação será feita no dia 21 de dezembro de 2022.

Até lá, é possível assistir aos filmes indicados nas edições anteriores – e que foram listados ao longo do texto – em plataformas de streamings como Netflix e Globoplay, além dos canais por assinatura, como, Oi, Net e Claro TV. Encontre o melhor plano através do número da Claro.