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10 tendências para a eleição de 2026
12/12/2025 / 09:18
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As 10 principais tendências que vão moldar as eleições de 2026 no Brasil, segundo o especialista Rodrigo Mendes, incluindo IA, dados, profissionalização das campanhas e o impacto da polarização
  1. Profissionalização das campanhas eleitorais

    Nos últimos anos, observa-se um acelerado amadurecimento do mercado de marketing político no Brasil. Basta ver o número de eventos sobre o tema e a quantidade de pessoas interessadas. Hoje, cada gabinete — do vereador de uma pequena cidade ao deputado federal, senador ou prefeito — tem um profissional ou uma equipe dedicada à comunicação. Cada vez mais pessoas estão se capacitando e entrando no mercado. Nesse funil, muita gente boa vai se sobressaindo.
  1. Campanhas cada vez mais inteligentes

    Quem não souber fazer uso intensivo de dados, especialmente em grande volume (Big Data), ficará para trás na disputa eleitoral. O marketing profissional é baseado em dados. Achismo é coisa de amador.
  1. A Inteligência Artificial (IA) já é realidade

    A IA não é mais o futuro, é o presente. Ela já é amplamente empregada em análises de sentimento em massa, microsegmentação, atendimento e comunicação personalizada, produção de textos, peças, imagens, músicas, entre outras tarefas.
  1. Monitoramento de cenários mais profundo

    O mercado já oferece plataformas de monitoramento com múltiplas dimensões, que permitem aos profissionais de marketing analisarem, em tempo real, diversos aspectos determinantes da performance eleitoral.
  1. Fragmentação das mídias e a “volta” do corpo a corpo

    Não só nas campanhas proporcionais, mas também nas majoritárias, o contato direto com os eleitores será cada vez mais importante (se é que algum dia deixou de ser). A atenção no digital está caindo; as mídias e a audiência são cada vez mais fragmentadas. Isso faz com que o contato presencial — o “olho no olho”, os eventos nas cidades e nos bairros e a construção de redes locais (lideranças comunitárias, igrejas, sindicatos, associações) — volte a ser um diferencial competitivo.
  1. Ganha força a prestação de serviço e o relacionamento com o cidadão

    Uma consequência do uso da IA é a aproximação dos políticos com os eleitores em escala de massa. É possível prestar serviços ao cidadão, atendê-lo de forma cada vez mais personalizada e se relacionar com muitos eleitores ao mesmo tempo. Antes, isso exigia uma equipe enorme e a um custo altíssimo. A IA revolucionou o relacionamento com o cidadão.
  1. A atenção cada vez mais dispersa exige campanhas curtas e diretas

    É cada vez mais difícil manter a atenção dos cidadãos. Vídeos longos, prolixos e sem ritmo são certeza de fracasso. A tendência é o encurtamento das mensagens: vídeos de 6 e 15 segundos, storytelling pessoal e conteúdo emocional serão sempre mais efetivos — ainda que pontos fora da curva possam existir.
  1. Emoção é o elemento central

    Não é novidade que a emoção move o eleitor (a neurociência já demonstrou). Contudo, é essencial que as campanhas captem as emoções básicas que movem cada contexto eleitoral específico. Aqui, não cabe receita pronta.
  1. Disputa crescente entre candidatos digitais e candidaturas municipalistas

    Senadores, deputados estaduais e federais que farão campanhas baseadas em emendas, entregas e relações com prefeitos, vereadores e alinhamentos locais podem ser surpreendidos por candidatos com forte presença digital, especialmente aqueles que prestam algum tipo de serviço ou defendem bandeiras segmentadas. É bom aprender com o que já aconteceu em eleições passadas.
  1. A polarização ainda importa

    Um dado levantado pela QUAEST ajuda a pensar o impacto da polarização em 2026. O instituto perguntou aos brasileiros como eles se localizam em uma escala ideológica, e o resultado foi:
  • 19% lulistas ou petistas;
  • 12% não lulistas ou petistas, mas mais à esquerda;
  • 33% não têm posicionamento;
  • 21% não são bolsonaristas, mas se consideram mais à direita;
  • 12% bolsonaristas;
  • 3% não souberam ou não responderam.

Pode-se concluir:

a) 31% estão mais à esquerda, 33% mais à direita e 36% não se posicionam (ou, em tese, estariam em uma posição mais ao centro);

b) a maior parte da sociedade não se identifica com nenhum dos polos da chamada polarização — nem com o lulismo nem com o bolsonarismo — somando 12% + 33% + 21% = 66%.

Ou seja: a polarização importa, mas não move a maioria

sobre
Rodrigo Mendes
Rodrigo Mendes

RODRIGO MENDES é estrategista de marketing político e comunicação pública e institucional com 25 anos de experiência. Coordenou 60 campanhas eleitorais e prestou consultoria para diversos governos, instituições, lideranças e empresas. É publicitário, sociólogo, especialista em marketing e mestre em Ciência Política.

Autor de “Marketing Político – o poder da estratégia nas campanhas eleitorais”; “Marketing Eleitoral – Aprendendo com campanhas municipais vitoriosas” e dos e-books “A falha na distribuição da comunicação”; “O eleitor subconectadoe a realidade do marketing eleitoral no Brasil”; “Marketing Governamental”; “Novas estratégias eleitorais para um novo ambiente político” e “DataMídiaPerformance”.