No universo do marketing existe uma verdade fundamental que muitos gestores teimam em ignorar: nenhuma estratégia de comunicação, por mais sofisticada que seja, consegue vender um produto intrinsecamente defeituoso. No marketing político a premissa também é válida.
No atual cenário político brasileiro, estamos diante de um case emblemático de tentativa de maquiagem de uma gestão que apresenta falhas estruturais profundas.
A análise comportamental dos eleitores e a dinâmica das pesquisas de opinião revelam um diagnóstico preciso: o governo Lula se comporta como um produto com defeitos de fabricação que tenta disfarçar suas inconsistências através de constantes reposicionamentos de marketing.
Trocar ministros, contratar novas agências de publicidade ou reformular equipes de comunicação é o equivalente a mudar a embalagem de um produto defeituoso. O eleitor não se engana tão facilmente mais, afinal, a descentralização da informação ajuda nisso.. A essência permanece a mesma: um governo com sérios problemas de concepção e execução.
Os números são implacáveis: 57% de rejeição não se resolve com uma nova campanha publicitária ou com a substituição de porta-vozes. Essa taxa representa um juízo crítico sobre a performance real do governo, suas entregas e sua capacidade de gestão.
Se analisássemos o governo como um produto no mercado, veríamos claramente seus pontos críticos:
Por que a Comunicação Sozinha Não Resolve
Um princípio básico do marketing é que comunicação amplifica a percepção, mas não transforma a realidade. Se o produto é ruim, a melhor campanha publicitária apenas acelerará sua rejeição.
No caso do atual governo, a tentativa de reposicionar a imagem através de trocas ministeriais ou contratação de novas agências seria equivalente a tentar vender um smartphone com bateria que explode, apenas mudando o design da embalagem.
Para reverter esse quadro, são necessárias ações estruturais:
O marketing político moderno exige muito mais que comunicação. Requer um produto governamental sólido, com entregas concretas, transparência e conexão real com as demandas da população.
A sociedade brasileira evoluiu. Os eleitores são hoje consumidores políticos sofisticados, que não se contentam com narrativas, mas exigem resultados. Uma campanha publicitária brilhante não conseguirá esconder indefinidamente as falhas estruturais de uma gestão.
O governo precisa entender que não está vendendo um conceito, mas governando um país. E nesse mercado competitivo chamado democracia, apenas produtos de qualidade conquistam a lealdade do consumidor.
A comunicação deve ser o alto-falante da competência, não a muleta da incompetência.