Como o surgimento de novas mídias que provocou a fragmentação da audiência transformou o trabalho do marketing, de chamar a atenção e produzir diferenciação competitiva?
Ries e Trout, os autores do “Posicionamento” ensinavam que “para se defender do volume de comunicação diária, a mente filtra e rejeita muita informação que lhe chega. De uma forma geral, a mente só aceita aquilo que de certa forma coincide com o seu conhecimento ou com a sua experiência anterior.”
Para os autores, para o posicionamento se fixar na mente é essencial um diálogo com as emoções, o repertório e contexto, as necessidades e os interesses dos potenciais clientes. Portanto, eles já estavam preocupados com o “coração do cliente”.
Em 1990 diziam: “o “approach” básico do posicionamento não é criar alguma coisa de novo ou diferente, mas manipular o que já está dentro da mente, e realinhavar as conexões que já existem.” Eles sustentavam que a melhor abordagem para viver nesta sociedade saturada de comunicação é simplificar a mensagem e que o foco do trabalho do marketing deve estar não no emissor e sim no receptor. Que devemos nos concentrar nas percepções dos clientes em potencial.
E faziam uma crítica muito atual ao marketing: “A mente média já é uma esponja encharcada que só pode se embeber de mais informação livrando-se da que já tem. E apesar disso nós continuamos a despejar mais informação nessa esponja mais que saturada e nos desapontamos se nossas mensagens não chegam.”
O objetivo da comunicação é deixar uma mensagem firmemente fixada na mente do público e como se faz isso, plantando um ativador reticular na mente – um gatilho mental no subconsciente que direciona a atenção, levando a pessoa a notar e lembrar coisas que não estava intencionalmente disposta a memorizar.
O segredo para a propaganda eficaz é atingir as pessoas certas; veicular a mensagem exata e na linguagem correta. Parece fácil, mas grande parte da propaganda não consegue atingir este objetivo, na verdade não passa nem perto.
RODRIGO MENDES é estrategista de marketing político e comunicação pública e institucional com 25 anos de experiência. Coordenou 60 campanhas eleitorais e prestou consultoria para diversos governos, instituições, lideranças e empresas. É publicitário, sociólogo, especialista em marketing e mestre em Ciência Política.
Autor de “Marketing Político – o poder da estratégia nas campanhas eleitorais”; “Marketing Eleitoral – Aprendendo com campanhas municipais vitoriosas” e dos e-books “A falha na distribuição da comunicação”; “O eleitor subconectadoe a realidade do marketing eleitoral no Brasil”; “Marketing Governamental”; “Novas estratégias eleitorais para um novo ambiente político” e “DataMídiaPerformance”.