A decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros provocou reação imediata entre presidenciáveis e pré-candidatos à eleição de 2026. Governadores da oposição, como Ronaldo Caiado (GO), Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), aproveitaram para criticar a política externa do governo Lula, acusando-o de priorizar questões ideológicas em detrimento dos interesses econômicos do país. Já Eduardo Leite (RS) adotou uma postura mais moderada, pedindo uma solução pragmática para o conflito.
Do lado governista, Lula rebateu, responsabilizando diretamente Jair e Eduardo Bolsonaro pela crise, acusando-os de agirem contra a soberania nacional ao alinharem-se ao ex-presidente Donald Trump. O ministro Fernando Haddad foi além e acusou o bolsonarismo de promover uma articulação para “sabotar” o país no exterior, criticando especificamente Tarcísio por supostamente aderir à agenda trumpista.
Por enquanto, o que se vê é cada grupo político tentando sair bem na fita, cuidando da própria narrativa e pensando no impacto eleitoral das declarações. Preocupação real com os efeitos da medida — que podem atingir em cheio o agronegócio, a indústria e o emprego — quase ninguém demonstrou. O Brasil, mais uma vez, assiste a uma crise externa ser transformada em disputa interna.