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04/09/2024 / 11:45
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Uma dimensão muito importante para o eleitor escolher um candidato em uma eleição é a percepção de que ele está preparado.  

O que é estar preparado? 

É dominar um conjunto de dados e informações, ter propostas e fluência em assuntos que interessam ao eleitor. Por exemplo, saber fazer um diagnóstico mínimo sobre as áreas de saúde ou educação, conseguir levantar informações relevantes e conferidas, construir propostas assertivas que sejam percebidas como factíveis pelos votantes e demostrar fluência sobre estes assuntos.  

Em primeiro lugar, a equipe do candidato precisa saber identificar quais são os temas e áreas que mais interessam aos eleitores, isso é feito através de pesquisa de opinião. Quais são os problemas que mais mobilizam as atenções e as preocupações dos eleitores. De preferência é interessante descobrir o tema que mais movimenta as emoções dos votantes.  

Para organizar este trabalho faz-se necessário coletar, selecionar, organizar, processar um grande conjunto de dados e atribuir sentido a eles, em função do posicionamento do candidato e do desenho da conjuntura de cada eleição. Sendo mais específico: um candidato que tenha uma preocupação maior e um discurso mais alinhado com a questão da segurança, vai precisar de ter mais dados e informações sobre este tema. Se é um candidato forte em um nicho mais específico, vai precisar aprofundar nele.    

Em um segundo movimento, tão importante quanto a construção do banco de dados, as informações precisam ser introjetadas pelo candidato. A internalização dos conteúdos é a chave para um bom discurso e um boa performance em entrevistas e debates. O candidato precisa ter fluência em todas ou pelos menos nas principais áreas que afetam a vida dos cidadãos e que são importantes na gestão pública. Esta demonstração de preparo nos temas caros aos votantes é que o credencia e dá credibilidade para ser uma alternativa de escolha. Uma gafe pode indicar para a imprensa ou para os eleitores que o candidato “não está preparado”.  

Esta base de informações vai dar substância ao discurso do candidato. É essencial para que passe segurança e transmita confiança aos eleitores. Essa demonstração de que consegue dominar os temas mais importantes é que, em tese, qualifica-o para um bom desempenho administrativo. 

Para conseguir assimilar todo um conjunto de dados, ideias e propostas, o candidato precisa passar por um treinamento, o que chamo de INFOTRAINING.   É um processo que exige didática, adaptada ao perfil de cada candidato. Ele precisa estudar, memorizar e internalizar o conteúdo, fazer uma avaliação pessoal com base em suas crenças, valores e experiências adquiridas ao longo de sua trajetória, para conseguir passar para frente e persuadir seus potenciais eleitores. Contudo, para poder treinar o candidato, a equipe que vai prepará-lo precisam estar capacitada e ter domínio pleno destes conteúdos.  

As informações estruturadas neste banco de dados vão permitir a construção de um diagnóstico de cada área, serão a base da produção das propostas de governo. Feita uma análise da situação, quais são as soluções para resolver cada um dos problemas detectados? Isso é essencial para se construir uma candidatura e se estruturar uma campanha eleitoral sólida e uma narrativa consistente. Este trabalho todo é a base do plano de governo que será apresentado à sociedade.  

O trabalho não termina aí. É necessário traduzir este conjunto de dados e informações em comunicação. É preciso fazer com que informações e propostas complexas sejam entendidas pelo mais simples dos eleitores. Como já foi dito, “comunicação não é aquilo que se fala, é o que é entendido”. Portanto, faz-se necessário um grande esforço de simplificação para que, didaticamente, o eleitor consiga fixar e memorizar as ideias e proposta do candidato.    

O candidato, por sua vez, vai precisar modular, adaptar o seu discurso em função do tipo de mídia ou perfil de público com quem estiver interagindo. Por exemplo, se for em uma sabatina e for questionado tecnicamente sobre determinado tema e precisar explicar como vai fazer para colocar em prática determinada proposta, terá de demostrar mais profundamente os seus conceitos e ideias. Por outro lado, se estiver fazendo um discurso para uma comunidade mais carente, vai precisar ser o mais didático possível. Ou seja, o candidato precisa ser preparado tanto em termos de domínio de conteúdo, como também em capacidade de se adaptar aos meios de comunicação e públicos.  

INFOTRAINING é uma nova abordagem dos treinamentos oferecidos aos candidatos para prepará-los para as batalhas eleitorais. É uma mescla de mediatraining, uma capacitação para performar bem nos distintos meios de comunicação, com um treinamento customizado de assimilação de conteúdo de políticas públicas. Esse novo arranjo é o que possibilita a preparação do candidato para os novos tempos em que a exposição é cada vez maior e a necessidade de geração de conteúdo é quase que permanente nas campanhas eleitorais.

*RODRIGO MENDES é estrategista de marketing político e comunicação pública e institucional com 25 anos de experiência. Coordenou 60 campanhas eleitorais e prestou consultoria para diversos governos, instituições, lideranças e empresas. É publicitário, sociólogo, especialista em marketing e mestre em Ciência Política. Autor de “Marketing Político – o poder da estratégia nas campanhas eleitorais”; “Marketing Eleitoral – Aprendendo com campanhas municipais vitoriosas” e dos e-books “A falha na distribuição da comunicação”; “O eleitor subconectadoe a realidade do marketing eleitoral no Brasil”; “Marketing Governamental”; “Novas estratégias eleitorais para um novo ambiente político” e “DataMídiaPerformance”.       

sobre
Rodrigo Mendes
Rodrigo Mendes

RODRIGO MENDES é estrategista de marketing político e comunicação pública e institucional com 25 anos de experiência. Coordenou 60 campanhas eleitorais e prestou consultoria para diversos governos, instituições, lideranças e empresas. É publicitário, sociólogo, especialista em marketing e mestre em Ciência Política.

Autor de “Marketing Político – o poder da estratégia nas campanhas eleitorais”; “Marketing Eleitoral – Aprendendo com campanhas municipais vitoriosas” e dos e-books “A falha na distribuição da comunicação”; “O eleitor subconectadoe a realidade do marketing eleitoral no Brasil”; “Marketing Governamental”; “Novas estratégias eleitorais para um novo ambiente político” e “DataMídiaPerformance”.