Fazer as perguntas certas nunca foi tão relevante como agora, em tempos da avassaladora entrada da inteligência artificial (IA) em nossas vidas. Guardadas as devidas proporções e diferenças, atualmente, essa talvez seja uma das habilidades mais importantes a ser perseguida por profissionais de todas as áreas e um ponto de muita atenção para as novas gerações .
Pode ser essa capacidade de elaborar bons pront´s (assim são chamadas as demandas imputadas nas ferramentas de IA) uma das chaves para superar o medo provocado em inúmeras profissões pelos modelos de inteligência artificial generativa como ChatGPT e outras dezenas e dezenas de plataformas similares concorrentes ou com outras diversas funções, inclusive o recém-lançado GPT-3, de Elon Musk.
E, diante disso, a grande pergunta que se fazem todos aqueles que estão minimamente antenados nos impactos que a inteligência artificial vai provocar no modelo de trabalho como conhecemos hoje, se resume em: Vou perder meu emprego, sendo substituído por robôs?
Sabemos que os impactos serão inevitáveis e penso, sem medo de prever, que a maioria positivos. O mais importante é saber que a IA em si não fará desempregados, mas sim a ausência de uma visão que nos permita reconhecê-la como uma forte aliada, seja em que área for.
Como disse Nelson Mandela: “Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou eu aprendo”. Ou seja, é sob qual perspectiva olhamos ou até mesmo incluímos a inteligência artificial no nosso dia a dia, principalmente em tarefas repetitivas. Basta começar a usar e testar. Rapidamente descobre-se funcionalidades que podem nos poupar horas de trabalho que poderão ser usadas para aquilo que a IA não pode substituir como a criatividade e a capacidade de produzir arte e inovação, habilidades que envolvem a expressão pessoal e a intuição, impossíveis de serem completamente replicadas por algoritmos. Isso sem falar na capacidade de entender as nuances e a sutileza de emoções humanas, como compaixão, empatia e afeto, habilidades inerentes ao ser humano e difícil de serem substituidas por sistemas de IA.
Além disso, temos que lembrar da tomada de decisões éticas e morais e que muitas vezes requer um entendimento profundo do contexto e das implicações sociais, culturais e políticas envolvidas, algo que não pode ser reduzido a simples cálculos lógicos ou algorítmicos.
No contexto dos negócios, a IA pode ser muito útil na análise de dados e no desenvolvimento de estratégias. Mas criatividade e a intuição humana são fundamentais para o desenvolvimento de novas ideias e oportunidades de ou nos negócios, embora a inteligência artificial possa ajudar a identificar padrões e insights, tendências de mercado e comportamento do consumidor, para citar alguns exemplos, a partir de análise de dados. Porém, para ser efetivo e realizável, digamos assim, a interpretação humana é indispensável para se atingir resultados eficazes.
Também é importante acompanhar a verdadeira revolução que a inteligência artificial está provocando nas indústrias, tornando os processos mais eficientes e aumentando a produtividade por meio da automação de tarefas rotineiras e a análise de grandes volumes de dados.
Como disse no início, a chegada massiva da IA também traz preocupações em relação à empregabilidade e ao futuro dos trabalhadores e, por isso, é importante repetir e entender que a inteligência artificial não é uma ameaça, mas sim uma oportunidade para aprimorar nossas habilidades e desenvolver novas formas de trabalho, se utilizando dessas ferramentas. Para manter-se relevante em um mundo em constante mudança, os profissionais precisam ser ágeis e estar dispostos a aprender continuamente, além de estar abertos às mudanças e investir em habilidades que não podem ser facilmente substituídas pela IA, como criatividade, empatia, habilidade de trabalhar em equipe, pensamento crítico, resolução de problemas e interações humanas.
Finalizo com uma frase do sempre inspirador Peter Drucker: O futuro não é algo a ser previsto, mas sim algo a ser conquistado.
Ruy Dantas é jornalista e publicitário, fundador do Ilha Tech, um hub de inovação que abriga três startups. Atualmente, atua como CEO da RD Innovation, uma consultoria especializada em inovação, e como presidente do Sim Group, uma holding de empresas que oferece soluções customizadas de publicidade e comunicação para diversos segmentos. Possui especialização em gestão, negócios e marketing, além de formação em conselhos pela Fundação Dom Cabral. Nos finais de semana, escreve neste espaço sobre comunicação e marketing político.