A liderança é uma qualidade adquirida, desenvolvida através de preparação, estudo e muita prática, tese que defendo.
É verdade que existem pessoas com uma forte vocação para a liderança, que reúnem certas qualidades ou competências que as colocam em posição de destaque. De acordo com a Teoria dos Traços, certas pessoas naturalmente nascem com determinadas características que as tornam mais aptas a liderar.
Para o sociólogo Max Weber, que estudou o fenômeno da liderança carismática, o carisma seria “uma certa qualidade da personalidade de um indivíduo em virtude da qual ele é considerado extraordinário e tratado como dotado de poderes ou qualidades sobrenaturais, super-humanas ou, ao menos, especificamente excepcionais”. Dizia que havia algo de heroico sobre o líder carismático, que conquistava seguidores com grandes feitos ou grande poder retórico.
Contudo, esta teoria foi bastante criticada. E hoje sustenta-se que boa parte das habilidades necessárias à liderança podem ser adquiridas. A maior parte das pessoas pode desenvolver e aprimorar características que as tornem líderes em algum aspecto.
Quais seriam as características que os líderes modernos podem adquirir e internalizar, com o devido processo de capacitação e treinamento?
Para se tornar um líder, antes de tudo, a pessoa precisa se conhecer. Saber claramente quais são seus pontos fortes e, também, reconhecer suas fragilidades e dominar seus medos.
O autoconhecimento é a base da autoconfiança. Se o líder não confia em si mesmo não será capaz de ter iniciativa, senso de propósito e, assim, inspirar as pessoas. Todo líder precisa transmitir entusiasmo e positividade para gerar confiança nos demais. Contudo, ser autoconfiante não significa ser arrogante, prepotente ou acreditar que está acima dos outros.
O líder é aquele que tem a ousadia e a coragem necessárias para assumir riscos e tomar decisões muitas vezes duras e difíceis. Precisa avaliar cenários e ponderar ganhos e perdas. Pode e deve ouvir os pontos de vista dos outros, mesmo que a escolha final seja sua.
Finalmente, é essencial o líder saber se comunicar bem. Na sociedade atual os meios de comunicação são centrais e as redes sociais se afirmam cada vez mais como o lugar de disputa por atenção, visibilidade e influência.
A habilidade de comunicação pode e deve ser adquirida. O líder precisa dominar cada um dos meios de comunicação, com suas características e especificidades e construir sua autoridade nas redes sociais.
Para isso é essencial estabelecer uma narrativa pessoal diferenciada, que posicione e aproxime o líder das pessoas, gere identidade com seus públicos e segmentos alvo para, assim, conseguir atrair, persuadir e influenciar cada vez mais seguidores.
Líderes são feitos. E como ensina Sun Tsu: é na paz que se prepara para a guerra. Está esperando o que para começar a sua preparação?
RODRIGO MENDES é estrategista de marketing político e comunicação pública e institucional com 25 anos de experiência. Coordenou 60 campanhas eleitorais e prestou consultoria para diversos governos, instituições, lideranças e empresas. É publicitário, sociólogo, especialista em marketing e mestre em Ciência Política.
Autor de “Marketing Político – o poder da estratégia nas campanhas eleitorais”; “Marketing Eleitoral – Aprendendo com campanhas municipais vitoriosas” e dos e-books “A falha na distribuição da comunicação”; “O eleitor subconectadoe a realidade do marketing eleitoral no Brasil”; “Marketing Governamental”; “Novas estratégias eleitorais para um novo ambiente político” e “DataMídiaPerformance”.