Nos bastidores do Planalto, cresce a convicção de que o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, será o indicado de Lula para a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal com a saída de Luís Roberto Barroso. O nome reúne três atributos caros ao presidente: confiança pessoal, sintonia ideológica e um perfil religioso que pode agradar setores evangélicos.
Messias é visto por Lula como um jurista leal, discreto e de sólida formação técnica. Foi assessor jurídico no Planalto durante os primeiros mandatos do petista e ganhou o apelido de “Bessias” após o episódio do áudio em que Dilma Rousseff mencionou seu nome em meio à crise política de 2016. Desde então, sua imagem foi consolidada como símbolo de fidelidade e resiliência.
Terrivelmente evangélico, Messias mantém uma postura reservada sobre sua fé, mas sua identificação com o segmento é conhecida. O aspecto religioso tem sido visto como um trunfo político adicional, num momento em que o governo tenta reduzir resistências com lideranças evangélicas.
Além da trajetória jurídica, pesa a favor de Messias o papel estratégico que desempenhou na reconstrução institucional da Advocacia-Geral da União e na defesa jurídica de pautas econômicas e ambientais do governo. Lula avalia que sua presença no STF garantiria um voto previsível em temas sensíveis e um contraponto ao avanço de posições conservadoras no tribunal.
Com isso, a escolha de Jorge Messias tende a consolidar a influência do presidente no Supremo, fortalecendo a ala mais alinhada ao projeto político do governo.