A polarização “Bolsonaro x Lula” ainda será combustível para mobilizar muitos eleitores nas eleições 2024. Nacionalizar a disputa, no entanto, é um erro quando é preciso discutir e encontrar soluções para as cidades, distritos, bairros e temas como a educação infantil, ensino fundamental, moradia, saúde, mobilidade, saneamento e abastecimento.
As eleições municipais são o melhor momento e concentram as melhores oportunidades para trazer melhorias imediatas e definir soluções que terão prioridade em benefício dos habitantes de cada cidade, como por exemplo:
É essencial lembrar que o orçamento do ano em curso, sempre é definido no ano anterior, o que normalmente ajuda ou atrapalha novos mandatários ou mandatárias e é discutido sob a forma da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), debatida e aprovada pelos vereadores que compõem a Câmara Municipal.
Em disputa estarão os cargos proporcionais (vereadores e vereadoras), que precisam do voto de apenas uma pequena parcela da população (a partir de 1% dos votos válidos e superando o coeficiente eleitoral).
O cargo majoritário (prefeito ou prefeita), tem a responsabilidade pela administração do município, investindo recursos gerados pela arrecadação de impostos e repasses vindos do Estado e da União, em benefício das cidades e sua população.
Nos municípios onde há menos de 200 mil eleitores – a grande maioria no Brasil –, vence a candidatura que obtiver maior número de votos em turno único.
Nos municípios cuja quantidade de eleitores supera os 200 mil, o candidato ou a candidata que alcançar 50% dos votos válidos + 1 em primeiro turno vence as eleições. Porém, caso nenhuma das candidaturas alcance esta quantidade de votos, a Lei Eleitoral determina que os dois candidatos mais votados em primeiro turno passem ao segundo turno para definir a disputa. Vence a candidatura que obtiver maior número de votos.
Em 2020 eram 95 os municípios com mais de 200 mil eleitores, regra que define a realização do 2º turno de eleições, que resulta na vitória da candidatura que alcançar o maior número de votos.
Acreditando em vitória, a campanha presidencial de Lula não fechou a “fatura” no primeiro turno e no segundo a vitória foi apertada, por pouco mais de 2 milhões de votos, nesta que foi a disputa mais acirrada na história de eleições presidenciais no Brasil. Ficou um sabor amargo diante dos 49,17% dos votos concedidos a Bolsonaro.
Analistas progressistas esperavam uma votação de algo entre 22% e 30% da bolha da “extrema direita” em favor de Bolsonaro, mas sentimentos de “ódio ao PT” foram reaquecidos, “Fake News” foram fartas e competentemente distribuídas e – claro – houve ampla mobilização dos campos conservadores, que ajudaram a eleger um novo Congresso, de orientação predominantemente conservadora e reduzir a diferença apurada ainda no primeiro turno de pouco menos do que 5% dos votos válidos.
Portanto, ainda que Bolsonaro esteja inelegível até 2030 e – eventualmente – venha a ser detido em razão dos desdobramentos de investigações a partir dos eventos de 8 de janeiro, caracterizados como “…Abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado…”, nas condenações proferidas pelo STF, o campo conservador tornou-se competidor relevante, inclusive nas disputas onde progressistas pareciam mais presentes. Um bom exemplo disto são as eleições para Conselho Tutelar nos municípios, que se tornou um dos primeiros desafios de eleições para a construção de carreiras políticas.
Ter Lula ou Bolsonaro como “padrinhos” não basta para vencer as eleições. Pode até ajudar na aproximação com eleitoras e eleitores, mas ainda melhor é ter conexão verdadeira e relacionamento aquecido com o eleitorado, disposição para trazer soluções para os problemas latentes e até mesmo para encontrar soluções inovadoras.
A disputa de valores que se estabeleceu desde as eleições de 2018, pode ser “ativada em nome da disputa”, mas devem somar-se ao conjunto de propostas e possíveis soluções que sejam apresentadas para o debate e fortaleçam a pauta de contribuições destes entes políticos.
Precisando de apenas uma parcela dos votos, a disputa pelas cadeiras de vereador permite que as campanhas sejam mais contundentes e o discurso pode se radicalizar, vez que – dependendo do partido – uma candidatura alcança o mandato com algo entre 0,6% a 2,8% dos votos válidos. Por isto, campanha, discurso e postura de candidatos e candidatas pode ser mais extremista.
Prefeitos e prefeitas, nos entanto, necessitando da maioria dos votos, deverão moderar em suas condutas, para que tenham a chance de conquistar votos de outros segmentos da população, mesmo quando parecem mais confortáveis em posições extremistas.
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