É fato que os políticos precisam ouvir o que vem da rua, pelo simples motivo de que de lá vêm as necessidades, vontades e a aceitação por parte de quem realmente importa: o povo.
Muitos políticos não se esforçam o suficiente para ouvir o que os eleitores realmente querem. A história que contaremos descreverá o quão terrível pode ser o resultado disso. Os políticos que não ouvem as pessoas e não prestam atenção às suas necessidades, não conseguirão se destacar e nem terão vida longa. Este artigo contará, a partir do que deve ser feito, a história de um político – ou será a de muitos? – e como ele tornou-se vítima do próprio descaso.
A história do político que não ouviu o seu eleitorado segue o roteiro inverso do que vamos descrever a partir daqui.
É importante entender as razões pelas quais os políticos devem estar atentos ao que os eleitores têm a dizer. Este é um dos principais papéis de um homem (ou mulher) público. Podemos apontar cinco razões:
Infelizmente, nosso político deste quase-case recusou-se a entender as razões acima expostas.
Seguimos aqui, a começar pelo subtítulo acima, o caminho da agonia do nosso político. Para ele, pesquisa era uma inutilidade, afinal, pra que gastar com isso se “o pessoal lá da base passa pra mim exatamente o que o povo sente”. E segue com alguns rompantes da mais pura arrogância: “Eu conheço o meu eleitor. Ele não muda!”.
Hein! Doce ilusão imaginar que as pessoas falam, de forma direta e sem qualquer receio, tudo aquilo que elas pensam e justamente pra quem: pro político ou para seus assessores. Mas vamos ao que interessa e depois a gente volta nele, o político, já quase arruinado.
Uma ferramenta útil para ajudar os políticos e os profissionais do marketing político a entenderem as necessidades dos eleitores é a pesquisa. Existem muitas formas científicas de aplicá-las. Não confundir com as famosas “enquetes”, estas sem qualquer base científica e, geralmente, lançadas para atender às famosas bolhas. Aqui, vamos nos deter naquilo que nosso amigo político mais detestava, a Pesquisa Qualitativa: “É muito caro!”.
Destaque aqui para as Pesquisas Qualitativas, essenciais para o entendimento do processo eleitoral em que se pretende sair com a vitória. Aqui, os mais variados testes podem ser feitos, por meio de grupos focais, estratificados de formas variadas, a começar pela sua distribuição geográfica, uma vez que este tipo de pesquisa é geralmente mais válida para disputas de cargos majoritários. Da definição de grupos por regiões afunila-se para classes sociais, escolaridade, renda, perfil do voto (aqueles que já estão definidos por um determinado candidato e aqueles que ainda estão indecisos), enfim.
Foco nos desejos e necessidades dos eleitores. As Pesquisas Qualitativas contribuem para o mapeamento de cenários, para a percepção de características que os eleitores buscam nos candidatos, e por meio delas consegue-se chegar a definições essenciais, como o conceito de campanha, geralmente traduzido nos diferenciais que meu candidato apresenta e identificadas pelos públicos ouvidos.
“Meu eleitor já me avaliou nas urnas”, disse o nosso já combalido político. Certamente, ao pensar assim, na próxima jornada vai estar destilando impropérios contra “seus” eleitores, chamando-os de traidores e coisas do tipo. É a pá de cal.
Retomemos o que interessa. Uma ferramenta importante é o Diagnóstico/ Avaliação de Mandato. O primeiro passo já começou lá atrás, na campanha e nos primeiros meses do mandato, quando foi realizado o Planejamento Estratégico. Não foi. Ai! Olha o nosso político moribundo. Você não vai querer ser ele amanhã, ou vai?
Os políticos em mandato precisam entender a aceitação e efetividade de suas ações, ou seja, seus efeitos sobre o eleitorado. A campanha acabou e o discurso agora é outro. Então, como está sendo a minha aceitação nas redes sociais? Que comparativo eu tenho em relação ao que elas eram nos períodos da pré-campanha e da campanha? Tenho feito testes A/B antes de fazer minhas publicações?
Um Diagnóstico Virtual, que passa também pelos processos de indexação, via Google e YouTube, é essencial. Não esqueça de espaços importantes como o Twitter, o WhatsApp, o Telegram, o Linkedin e mesmo o TikTok – sim, os políticos já estão nele. E você?
E a resposta do nosso político quase-case foi: “Essas coisas me cansam”. Pronto, morreu. Conhecem casos semelhantes? Infelizmente, não é difícil encontrá-los. Esperamos que este não seja o seu caso. A Alcateia Política te pergunta: “Bora trabalhar?”.