*Ruy Dantas
IA, ChatGPT, Bard, fim de algumas profissões… Nos últimos meses, você certamente foi impactado com o assunto Inteligência artificial (IA). O fato é que muito já se falou sobre IA e as ferramentas que se utilizam dessa tecnologia revolucionária, e ainda há muito o que falar.
Há quem diga “Inteligência Artificial é a nova eletricidade”. Esta frase de 2017 é de Andrew Ng, um cientista da computação e empresário americano de origem chinesa. Ele é uma figura proeminente no campo da inteligência artificial e é globalmente considerado como um dos líderes mais influentes no desenvolvimento e popularização da tecnologia de aprendizado de máquina.
Ele lembra que a eletricidade transformou quase tudo há 100 anos e, por isso, acredita que todos os setores e profissões serão altamente transformados pela inteligência artificial e alerta para a necessidade das lideranças acelerarem o aprendizado de seus times no tema IA.
Em breve preâmbulo, conceitualmente, a tecnologia de IA busca o desenvolvimento de sistemas capazes de simular a inteligência humana por meio de algoritmos e modelos matemáticos, fazendo com que máquinas e dispositivos “aprendam” a partir de dados disponíveis, acervo de informações e experiências anteriores e, com isso, realizem atividades que requerem inteligência humana.
Em breve preâmbulo, conceitualmente, a tecnologia de IA busca o desenvolvimento de sistemas capazes de simular a inteligência humana por meio de algoritmos e modelos matemáticos, fazendo com que máquinas e dispositivos “aprendam” a partir de dados disponíveis, acervo de informações e experiências anteriores e, com isso, realizem atividades que requerem inteligência humana.
Em última análise, o objetivo da inteligência artificial é, uma vez embarcada em máquinas e dispositivos, ser capaz de pensar, raciocinar e aprender como seres humanos e tornar a vida mais fácil e eficiente. Essa tecnologia já está amplamente presente nas nossas vidas, mesmo que não estejamos percebendo, em assistentes pessoais como Siri ou Alexa, chatbots, carros autônomos, reconhecimento facial, entre tantas outras aplicações.
Mesmo que a utilização da IA remonte aos anos 1950, quando o matemático britânico Alan Turing propôs um teste para verificar a capacidade de uma máquina em exibir comportamentos inteligentes equivalentes aos de um ser humano, o assunto invadiu, literalmente, o noticiário, redes sociais e muitos debates sobre os impactos na sociedade e, principalmente, nas relações de estudo e de trabalho em meados do ano passado. E o criador de conteúdos ChatGPT, desenvolvido pela startup americana OpenAI, é a grande vedete do momento. Ok, a ferramenta é mais que um criador de conteúdos. Perguntada sobre isso por mim, o ChatGPT respondeu:
Não, eu sou uma inteligência artificial projetada para fornecer respostas e soluções para perguntas e tarefas específicas. Minha função é ajudar a fornecer informações e auxiliar nas tarefas para as quais fui programada. Embora eu possa gerar conteúdo textual em resposta às solicitações dos usuários, eu não sou uma criadora de conteúdo autônoma, mas sim uma ferramenta que usa dados e informações disponíveis para produzir respostas úteis e precisas.
Mesmo que o ChatGPT tenha alcançado pontuação suficiente para aprovação na primeira etapa da prova de múltipla escolha da OAB, por exemplo e segundo noticiou a imprensa nacional no final de fevereiro, as respostas não são tão precisas assim; a tecnologia ainda tem limitações.
O experimento com as provas da OAB, conduzido por Daniel Marques, advogado e presidente da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), são um bom exemplo para entendermos melhor como a inteligência artificial funciona. Basta pensar que a atuação jurídica é baseada em leis, interpretações das legislações, centenas de milhares de casos, jurisprudências, enfim, inúmeras informações e dados “aprendidos” e/ou armazenados pela IA e que, sim, podem ajudar aos advogados a ampliarem suas possibilidades cognitivas e aumentarem a eficiência em atividades como redação de peças e pesquisa de casos similares.
No entanto, os próprios advogados concordam que a responsabilidade final será sempre humana e a utilização das ferramentas de IA devem ser realizadas de forma conscienciosa e ética. Em alguns países já existem exemplos do uso da inteligência artificial no Direito para redigir contratos e até sentenças judiciais, assim como também já existem ferramentas de IA para saber se qualquer conteúdo foi produzido com esse tipo de tecnologia.
O fato é que existe uma percepção unânime de quem está acompanhando de perto essa revolução chamada inteligência artificial e que vale para profissionais de várias áreas – advogados, jornalistas, gestores de redes sociais, criadores de conteúdo, para citar alguns exemplos – que começaram a se apavorar diante da pergunta: “seremos substituídos pela inteligência artificial?”.
O senso comum entre os especialistas em inovação é que os profissionais serão substituídos sim, porém, por profissionais da mesma área que saibam utilizar bem as ferramentas de IA. Bora aprender? No domingo que vem trarei um guia com os primeiros passos para utilizar o ChatGPT. Não perca!
Ruy Dantas é jornalista e publicitário, fundador do Ilha Tech, um hub de inovação que abriga três startups. Atualmente, atua como CEO da RD Innovation, uma consultoria especializada em inovação, e como presidente do Sim Group, uma holding de empresas que oferece soluções customizadas de publicidade e comunicação para diversos segmentos. Possui especialização em gestão, negócios e marketing, além de formação em conselhos pela Fundação Dom Cabral. Nos finais de semana, escreve neste espaço sobre comunicação e marketing político.